Lupi destacou que no papel de ministro, deve negociar a proposta com sindicatos dos trabalhadores e patronais. Mais cedo, Lupi passou pela festa da Força Sindical e defendeu a desoneração da folha de pagamento, apresentado pelo ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger.
Rogerio Cassimiro/Folha Imagem |
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Carlos Lupi participa de festa da CUT (Central Única dos Trabalhadores) pelo 1º de Maio |
"Acho que é justa a reivindicação dos trabalhadores. Como ministro de Estado, não compete a mim fazer qualquer tipo de campanha a favor ou contra o reivindicação. Acho que tem de passar primeiro pelo Congresso Nacional", disse o ministro.
Como cidadão, porém, Lupi disse que defende a proposta. "Por exemplo, se a bancada do PDT quiser ouvir a minha opinião, enquanto cidadão, é favorável. Agora, como ministro de Estado eu tenho de negociar, ouvir a parte patronal e buscar uma saída de consenso. Quanto cidadão acho justo e a maior parte dos países modernos faz isso", disse.
O ministro lembrou o estudo do Dieese que aponta a criação de 1,8 milhão a 2 milhões de novos empregos com a redução da jornada de trabalho. "Se você está diminuindo a jornada, você tem de ter mais trabalhadores produzindo (...). Será que o patronato vai fazer isso? Porque eles trabalham com custo e é natural e legítimo. Eu temo por qualquer tipo de reivindicação que possa gerar diminuição do salário ou desemprego", disse.
Desoneração
"A questão da desoneração é muito positiva porque, em tese, ela traz automaticamente a geração de emprego. Mas tem de estar muito amarrada, senão você faz a desoneração fiscal e ninguém quer gerar emprego", afirmou o ministro, que participou da comemoração do Dia do Trabalho realizada pela Força Sindical na Praça Campo de Bagatelle, na zona norte de São Paulo.
Lupi afirmou que a proposta também deve considerar a Previdência Social. "Há uma preocupação porque a Previdência já tem muitos problemas. Nós não podemos agravar a situação da Previdência. Então é algo que está sendo debatido, não está terminado o projeto", disse o ministro.
Santa Tereza
Para Lupi, as acusações de possível envolvimento da Força Sindical na Operação Santa Tereza, da Polícia Federal, não reduz a importância dos sindicatos nas negociações. "Acho que não [reduz a importância]. Porque mesmo que alguns tenham comprovação de envolvimento não será nunca essa exceção que vai ser o geral da regra. A regra é de trabalhador, gente honesta e gente descente. A exceção não pode ser maior que a regra geral", disse.
Lupi afirmou que sabe tanto sobre o caso quanto o que a imprensa publica e que não vai fazer pré julgamento do deputado do PDT. "Até agora eu não vi nenhum fato concreto que tenha ligação com ele [Paulinho]. É um ex-assessor, alguém que passou nos corredores da Câmara. Isso não quer dizer nada. Qualquer um de nós pode se encontrar uma pessoa que cometeu um delito, ou possa cometer um delito, e não ser responsabilizado por esse delito".
Quanto ao não comparecimento do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, na festa da Força Sindical, ele preferiu não se posicionar. "Eu fui convidado e estou aqui, como estive na UGT, na Força. Eu vou em tudo que sou convidado. Sou igual a arroz de festa, onde me chamam eu vou', descontraiu.
Sobre a saída do PDT da gestão Kassab, recentemente, Lupi disse que foi uma decisão do diretório local. "É uma decisão soberana do diretório daqui. Como estou licenciado da presidência [do PDT], não interfiro neste processo", afirmou.