A resposta demorou, mas chegou
O diretor presidente da Codeba, Marco Antônio Rocha Medeiros, afirmou nesta sexta-feira, 14, que as matérias veiculadas, nesta semana, sobre o Porto de Salvador citando como o "pior" do país, com base numa pesquisa realizada em 2006 pelo Centro de Estudos em Logística da UFRJ, têm características tendenciosas uma vez que não trazem uma análise das variáveis e critérios utilizados na pesquisa para estabelecer a classificação dos 18 portos estudados.
Se assim tivessem procedido, seria fácil constatar que, na mesma classificação de "deficientes", estão juntamente com o Porto de Salvador, os portos de Santos (o maior do Brasil e da América Latina), Fortaleza e Vitória. A leitura atenta da pesquisa revela que foram considerados como as variáveis mais importantes (e portanto com maior peso): em primeiro lugar o acesso rodoviário, e em segundo o calado.
E estes foram os itens que, sendo comuns aos quatro portos citados, certamente, mais contribuíram para que obtivessem as mais baixas notas atribuídas pelos embarcadores e consequentemente o conceito de "deficientes" na avaliação feita a partir da percepção de tais atores.
Repetimos mais uma vez que estes dois "gargalos" do Porto de Salvador deverão ser solucionados uma vez que o acesso rodoviário, hoje feito através de vias urbanas com intenso tráfego, será resolvido com a construção, ora em fase de licitação, da Via Expressa Portuária (obra a cargo do Governo do Estado), e com a dragagem de aprofundamento a ser licitada pela Secretaria Especial de Portos em setembro próximo que aumentará a atual profundidade (de 12 para 15m).
Tanto a Via Expressa Portuária quanto a dragagem são obras com recursos garantidos pelo PAC. Outro projeto, fundamental para o Porto de Salvador, triplicará em 2010 a atual capacidade de movimentação de contêineres: a ampliação da chamada Ponta Norte que corresponde ao aumento do cais e criação de retroárea cuja obra será também licitada no segundo semestre deste ano.
Assim, a baixa pontuação do Porto de Salvador na pesquisa não se deve à eficiência das operações portuárias ali desenvolvidas, uma vez que a pesquisa constatou, dentre os portos pesquisados, um tempo médio de espera para atracação de 7,3 horas (para contêiner), e no Porto de Salvador, em 2007, este indicador correspondeu a 7,4 horas.