Economia

FURTOS DE DADOS SIGILOSOS DA PETROBRÁS CHEGAM A BSB COMO FATO POLÍTICO

Veja o que está acontecendo
| 14/02/2008 às 12:01
   Apreensão e expectativa no 23º andar da Avenida República do Chile, 65, Rio de Janeiro. A presidência da Petrobras tem uma informação que pouquíssimos brasileiros conhecem; entre os que têm a mesma informação, o presidente da República, Lula, e quem investiga o caso instalado no 3° andar do número 1 da Avenida Rodrigues Alves, Praça Mauá, no departamento de Inteligência da Polícia Federal, Rio de Janeiro. O que sabem o presidente da República, a presidência da Petrobras, e quem investiga o caso, classificado como ultra-confidencial?

  Sabem, com mais ou menos detalhes, que entre uma plataforma da Petrobras em Campos e uma sede da empresa em Macaé - também Rio de Janeiro - foram furtados um dísco rígido e dois notebooks com informações detalhadas e os dados de pesquisas que levaram às recentes megadescobertas de petróleo e gás em águas profundas.

O furto de tão valiosas informações tem contornos e desdobramentos ainda imensuráveis. Inclusive por conta de alguns dos personagens e instituições que, mesmo involuntariamente, fazem parte do enredo.


  Esta notícia foi postada hoje com exclusividade pelo Terra Magazine. A matéria tem repercussão internacional e já repleta de interpretações em Brasília.

  Arrombamento e furto


    No dia 1º de fevereiro, a presidência da Petrobras recebeu a notícia através do seu setor de segurança. Um container despachado desde uma das plataformas de pesquisa na bacia de Campos para a superintendência da Petrobras em Macaé teve violado um cadeado de segurança.


   Quando se tentou abrir o cadeado, a chave não funcionou. Na seqüência de tentativas, aberto na marra, a segurança descobriu: o cadeado original havia sido trocado por outro, dados e informações absolutamente estratégicas e confidenciais sobre as recentes descobertas da Petrobras haviam desaparecido do container.

Como a empresa dispõe de cópias da documentação contida nos notebooks e no disco rígido, não reside nisso o maior problema; melhor dizendo, a cadeia de graves problemas e seus desdobramentos.


   Quanto a esta teia de problemas e desdobramentos possíveis, comecemos pela empresa contratada pela Petrobras para o transporte de tão confidenciais informações: é a norte-americana Halliburton, uma das maiores corporações do mundo nos serviços de pesquisa e exploração de petróleo.

L
  inkada às gigantes Energy Services Group (EGS) e Kellogg Brown & Root (KBR), a Halliburton teve como presidente Dick Cheney, o atual vice-presidente dos Estados Unidos. Cheney deixou o cargo na Halliburton, empresa presente em mais de 100 países, para ser o vice de George Bush Júnior.