Sabem, com mais ou menos detalhes, que entre uma plataforma da Petrobras em Campos e uma sede da empresa em Macaé - também Rio de Janeiro - foram furtados um dísco rígido e dois notebooks com informações detalhadas e os dados de pesquisas que levaram às recentes megadescobertas de petróleo e gás em águas profundas.
O furto de tão valiosas informações tem contornos e desdobramentos ainda imensuráveis. Inclusive por conta de alguns dos personagens e instituições que, mesmo involuntariamente, fazem parte do enredo.
Esta notícia foi postada hoje com exclusividade pelo Terra Magazine. A matéria tem repercussão internacional e já repleta de interpretações em Brasília.
Arrombamento e furto
No dia 1º de fevereiro, a presidência da Petrobras recebeu a notícia através do seu setor de segurança. Um container despachado desde uma das plataformas de pesquisa na bacia de Campos para a superintendência da Petrobras em Macaé teve violado um cadeado de segurança.
Quando se tentou abrir o cadeado, a chave não funcionou. Na seqüência de tentativas, aberto na marra, a segurança descobriu: o cadeado original havia sido trocado por outro, dados e informações absolutamente estratégicas e confidenciais sobre as recentes descobertas da Petrobras haviam desaparecido do container.
Como a empresa dispõe de cópias da documentação contida nos notebooks e no disco rígido, não reside nisso o maior problema; melhor dizendo, a cadeia de graves problemas e seus desdobramentos.
Quanto a esta teia de problemas e desdobramentos possíveis, comecemos pela empresa contratada pela Petrobras para o transporte de tão confidenciais informações: é a norte-americana Halliburton, uma das maiores corporações do mundo nos serviços de pesquisa e exploração de petróleo.
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inkada às gigantes Energy Services Group (EGS) e Kellogg Brown & Root (KBR), a Halliburton teve como presidente Dick Cheney, o atual vice-presidente dos Estados Unidos. Cheney deixou o cargo na Halliburton, empresa presente em mais de 100 países, para ser o vice de George Bush Júnior.