A organização dos pais como cooperados também facilita na redução do custo geral dos materiais escolares. Caderno, canetas, estojo e até livros didáticos são adquiridos em conjunto, possibilitando uma melhor negociação de descontos. "Os livros didáticos, por exemplo, são comprados diretamente das editoras; essa compra coletiva se traduz em um desconto de até 30% sobre o preço das livrarias", explica Rosa.
A cooperativa aposta no diferencial de trabalhar com livros didáticos e muitos projetos e pesquisas para dar uma visão mais ampla das matérias, numa proposta de educação sócio-construtivista, em contraposição ao ensino com apostilas. "Nosso sistema prepara os alunos não somente para o vestibular. Quando eles estudam e pesquisam, não esquecem. É um conhecimento que fica para toda a vida", pondera a diretora.
Como funciona - As escolas cooperativistas surgiram no início dos anos 90 e hoje somam 54 no estado de São Paulo. No Brasil, são 327 em operação, atendendo 100 mil alunos. "Para formar uma cooperativa é fundamental união e espírito empreendedor de, no mínimo, 20 pais. Por isso, as escolas cooperativas se desenvolvem mais facilmente em cidades do interior, onde a proximidade facilita a organização em torno de um objetivo comum", destaca Marcos Henrique dos Santos, diretor da área educacional da Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo) e vice-presidente da Educativa, escola cooperativa de São Carlos.
As cooperativas educacionais funcionam de acordo com as diretrizes do MEC e oferecem todas as disciplinas de uma escola tradicional. A diferença é que os pais participam do processo de educação dos filhos, uma vez que definem em assembléia questões como escolha dos professores e dos métodos pedagógicos. "Na medida em que pais, alunos e professores participam da gestão escolar se instala uma nova maneira de ensinar e aprender juntos, gerando crescimento cultural e social e transformações de valores. Por meio da cooperação todos são incluídos e ouvidos," afirma o diretor da Ocesp.