Conforme o deputado Júnior Magalhães, entre as questões que serão debatidas está a eminência do estado perder investimentos na área. O gerente de polímeros verdes da Braskem, Antonio Morschbacker, anunciou esta semana, por exemplo, que o Rio Grande do Sul tem mais chances do que a Bahia de receber a nova planta da empresa.
Caso se instale em Camaçari, produzirá 200 mil toneladas por ano de plástico, e a Bahia receberia o investimento de US$150 milhões. Além do Rio Grande do Sul e São Paulo, o complexo petroquímico do estado passou a ter uma maior concorrência dos novos pólos que estão surgindo no Rio de Janeiro e em Pernambuco.
MAIS CRIATIVA
Em outra audiência realizada pela Comissão de Infra-estrutura, o superintendente do Cofic, Mauro Guimarães, disse que a Bahia precisa ser mais agressiva e criativa para trazer investimento para a região, senão corre o risco de, cada vez mais, perder investimentos para outros estados.
Entre outros problemas, Guimarães citou a ausência de um plano diretor de ocupação dos gaseodutos e a falta de formação de mão-de-obra para trabalhar nas empresas. "O importante é atrair o governo para áreas de planejamento neste sentido. Precisamos de um plano plurianual que não se encerre em cada gestão", sintetizou.
Para o deputado Júnior Magalhães, é importante estar atento ao andamento do setor, que exerce uma grande influencia na indústria moderna. Hoje a indústria petroquímica é responsável pela produção de quase todos os produtos consumidos atualmente pela população. Entre os desafios para o crescimento da indústria, está o aumento na oferta de gás, abertura de cursos para formação de mão-de-obra especializada e desenvolvimento de pesquisa e desenvolvimento.
Na visão do empresário do Pólo Petroquímico, gerente de Indústrias da Braskem, João Bispo, a demora no fornecimento de gás compromete a competividade e atração de novos investimentos para a Bahia. Para o gerente a situação é preocupante pois, além de ficarem a mercê da implementação do projeto, as empresas também não sabem quanto vão gastar com a energia. "O gás é fundamental para Pólo, mas há um ano e meio estamos esperando o gás de Manati que ainda não chegou. Além disso, muitas empresas deixam de investir na Bahia por conta do preço. Nós temos os maiores gastos com energia do mundo", sinalizou.