Como se sabe, a Bahia foi quem primeiro importou exemplares da raça, de origem indiana, denominada Ongole e sempre buscou, ao longo de mais de cem anos de aprimoramento genético, manter uma linhagem própria, ao invés de fazer miscigenação entre vários plantéis, como acontece no centro sul brasileiro.
Este fundamento foi sempre defendido pelas famílias Machado e Vita - maiores importadores baianos até quando foi permitida a entrada de animais indianos no Brasil - e transmitido com sucesso aos atuais continuadores do trabalho de seleção.
Ocorre que os "novos donos da raça" ou integrantes da Axé chegaram optando por buscar seus animais junto aos plantéis do Centro Sul, como forma de se exporem nacionalmente no ato da compra e obterem reciprocidade quando colocar a venda sua produção.
Com isso, a faixa de mercado que pertence a Bahia ficou extremamente disputada, além de totalmente desigual pelo fator do que representa a aquisição de animal em mãos de celebridade nacional.
Acrescente-se ainda, o fato da genuína seleção de Nelore da Bahia, que forneceu, em épocas distintas, verdadeiros "divisores de água" da raça, permitindo avanços genéticos fundamentais, ficar sufocada e vir a extinguir-se.
Segundo um grupo de criadores baianos tradicionais, ê preciso buscar uma saída para o enfrentamento e partem com a perspectiva de se tornarem parceiros de uma celebridade da música baiana em forte ascensão para obterem visibilidade nacional, garantindo a preservação da linhagem baiana do Nelore, tão cantada e decantada.