As negociações, segundo Jobim, envolveram as duas empresas: "Desde ontem a Anac está operando para tentar um bom entendimento entre a BRA e a OceanAir. Falei ontem com o presidente da OceanAir e hoje com o da BRA. E o assunto na parte comercial está fechado. Agora falta a questão formal, de identificar aeronaves que podem ser transferidas, pois algumas têm mandado oficial de apreensão."
Com a decisão da OceanAir de assumir as rotas da BRA, o ministro Jobim estima que acabarão os problemas de aproximadamente 70 mil passageiros, que já tinham comprado passagens com a BRA, a terceira colocada no ranking do setor do país. A questão da dívida da BRA, segundo Jobim, será resolvida no futuro.
"Ainda está se negociando uma negociação definitiva. Precisa haver solução imediata para quem está em trânsito e de quem já comprou passagem. Depois vai-se buscar solução definitiva, mas não tenho detalhes e não sei o que vai acontecer", explicou o ministro.
Embora os detalhes do negócio ainda estejam sendo acertados, o consultor na área de transporte aéreo Paulo Bittencourt Sampaio, diz que a OceanAir deve assumir as linhas da BRA - por meio de um acerto com a Anac -, renegociando os contratos de leasing das aeronaves da empresa e aproveitando ao menos parte do pessoal de bordo.
Segundo ele, é uma operação relativamente simples. Primeiro porque a Anac tem interesse que os passageiros da BRA sejam atendidos rapidamente - o que facilita a distribuição das rotas. As empresas de leasing, segundo o consultor, querem firmar contratos com a OceanAir, uma vez que a empresa tem uma base financeira mais sólida, pois faz parte do Grupo Sinergy, que também atua nos setores de petróleo e estalagem.
Como a BRA opera com aviões Boeing - diferentes daqueles usados pela OceanAir -, Sampaio diz acreditar que pelo menos parte dos 1.100 funcionários demitidos na última terça-feira possam ser reaproveitados pela companhia. "Eles precisam de pessoal treinado, rapidamente", explicou.
O consultor explicou também que a OceanAir não assumirá as dívidas da BRA, calculadas em R$ 180 milhões. "Isso é problema dos investidores e sócios da BRA", resumiu.
Outra conseqüência dessa mudança, segundo ele, é o aumento expressivo da participação OceanAir no mercado brasileiro. A empresa, que tinha 2,6% do mercado nacional sem a BRA, passará a ter mais de 7% com a incorporação da companhia que suspendeu as atividades.
O ministro da Defesa rechaçou ainda as críticas dirigidas à Anac, que teria conhecimento da precariedade da empresa e não tomou qualquer providência. "Eu cuido da Anac do futuro. A Anac do passado já passou. A nova Anac começou a agir e encontrou solução efetiva para o problema. Esta é a Anac que estamos construindo. A antiga não