De acordo com a PF, só em remessa ilegal de dinheiro para o exterior, o esquema movimentava de R$ 6 milhões a R$ 7 milhões por mês, nos últimos seis meses.
Nesta terça-feira (6), foi deflagrada a Operação Kaspar II que apreendeu, em espécie, R$ 6 milhões e cerca de US$ 600 mil a US$ 700 mil. Também foi feito o bloqueio de contas que continham saldo de R$ 2 milhões. Essa é a terceira operação da PF, em menos de dois anos, que apura remessa ilegal de dinheiro para o exterior. As outras duas ações foram chamadas de Operação Suíça e Kaspar I.
De acordo com o delegado que apura o caso, Ricardo Saadi, foram cumpridos 19 de 21 mandados de prisão e uma pessoa foi detida em flagrante no Rio de Janeiro. Seis dos presos são doleiros e três são funcionários de bancos estrangeiros, dos quais, dois suíços. Um deles era gerente de um banco suíço que estava no Brasil visitando clientes. As visitas eram feitas trimestralmente, conforme a PF. Segundo Saadi, o esquema tem conivência da diretoria de entidades financeiras estrangeiras.
Os outros detidos são donos e executivos de empresas brasileiras dos mais diversos ramos. As prisões são temporárias e valem por cinco dias, renováveis por mais cinco. Depois desse período, a PF deve pedir a prisão preventiva de alguns envolvidos.
A polícia disse não poder divulgar os nomes dos investigados porque o processo corre em segredo de Justiça. No entanto, segundo informações extra-oficiais, entre os envolvidos está uma grande fabricante de móveis de luxo, uma empresa de artigos de couro e uma fabricante de chaves.
Na operação, a PF apreendeu, em espécie, R$ 6 milhões e cerca de US$ 600 mil a US$ 700 mil. Também foi feito o bloqueio de contas que continham saldo de R$ 2 milhões.
Os suspeitos responderão pelos crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, formação de quadrilha, gestão fraudulenta e funcionamento de instituição financeira sem autorização do Banco Central. As penas máximas atingem 40 anos de prisão, segundo a PF.
A assessoria de imprensa da União de Bancos Suíços (UBS) confirmou que um funcionário da instituição foi preso em São Paulo. Segundo a PF, o esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas é organizado por instituições financeiras suíças.