Economia

FRENCOOP QUER DEFINIR PLATAFORMA DE TRABALHO PARA APOIAR SETOR

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| 01/11/2007 às 15:28
  Membros da Frente Parlamentar do Cooperativismo Paulista, coordenada pelo deputado Barros Munhoz, se reuniram em Brasília, no Plenário José Bonifácio, para discutir uma plataforma inicial de trabalho. Recomposta em agosto, a Frencoop reúne 11 deputados de diversos partidos, e tem como objetivo apoiar o cooperativismo como via de desenvolvimento e equilíbrio sócio-econômico para o Estado.

"As cooperativas geram oportunidades de trabalho, transformam o trabalhador em empreendedor, distribuem melhor a renda e têm contribuído para aumentar o IDH dos municípios", disse o presidente da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp), Edivaldo Del Grande, na abertura da reunião.

Autor de artigo publicado recentemente, que mostra a importância da Frencoop e ressalta a defesa do cooperativismo como lobby do bem, Del Grande pediu empenho aos deputados. "O cooperativismo é apartidário; um modelo democrático de organização econômica da sociedade que tem melhorado a vida de milhões de famílias brasileiras; por isso é justo que trabalhemos em prol do movimento".


 O primeiro coordenador da Frencoop Paulista, ex-deputado Milton Flavio, lembrou a dificuldade para que a Lei Estadual do Cooperativismo fosse aprovada. "No início de 2006, atuei com o então coordenador da Frente, deputado Arnaldo Jardim, pela aprovação da lei; vários sindicatos haviam encaminhado ofícios contra alguns artigos; foi aí que, rapidamente, a Ocesp organizou um manifesto das cooperativas e conseguimos a sanção do governador", contou Milton Flavio.

 
  PROPOSTA

 O coordenador do Centro de Estratégia do Cooperativismo Paulista (Cecoop) - órgão ligado à Ocesp -, Renato Nobile, apresentou durante a reunião uma proposta de trabalho aos deputados com ações de vários ramos.

Constam no documento a regulamentação da Lei do Cooperativismo, disponibilização de 1% do ICMS para cooperativas habitacionais, garantia de participação das cooperativas de trabalho em licitações da administração pública estadual, revisão sobre a incidência de ISS nas operações de cooperativas, autorização para cooperativas de crédito oferecerem crédito consignado para o funcionalismo público, ensino da cooperação e cooperativismo nas escolas estaduais, entre outras ações.



Nobile também entregou aos membros da Frencoop uma relação de projetos de lei em tramitação na Assembléia que, de alguma forma, atingem cooperativas, e um ofício que foi entregue ao prefeito de São Paulo, sobre a incidência equivocada do ISS nas operações de cooperativas que prestam serviços.


  QUESTÃO DO ISS
 
  Conhecida a proposta, o coordenador da Frencoop Barros Munhoz abriu a palavra aos deputados presentes. Valdomiro Lopes ressaltou a importância do cooperativismo para a sociedade e mostrou-se preocupado com a questão do ISS, que vem afetando principalmente as cooperativas de saúde.
 
  Roberto Morais lembrou de sua atuação ao lado do deputado Arnaldo Jardim, num trabalho que resultou na aprovação da Lei Estadual do Cooperativismo, e se habilitou a colaborar também na atual gestão. Davi Zaia frisou que a regulamentação da lei deve ser prioritária, e informou sobre a criação da frente parlamentar da citricultura, sob a sua coordenação.

  "Estive visitando algumas regiões citrícolas e, até neste setor, o cooperativismo tem se mostrado forte e atuante, organizando os produtores, oferecendo crédito e industrialização", destacou Zaia. Já o deputado Aldo Demarchi disse que todo trabalhador brasileiro sonha em ser dono do próprio negócio. "E o cooperativismo oferece esta oportunidade", lembrou Demarchi, citando o bom exemplo de ex-profissionais da Cesp, que se organizaram em cooperativa para oferecer seus serviços especializados.


 Compareceram também à reunião os parlamentares Rodrigo Garcia e Said Mourad.


Separar o joio do trigo - Observando a aceitação da proposta de trabalho por todos os parlamentares presentes, o deputado Barros Munhoz afirmou que a Frencoop vai atuar com afinco em todos os itens. "E vamos nos preocupar sobretudo para separar o joio do trigo", afirmou o deputado, referindo-se aos maus exemplos que têm manchado a imagem do cooperativismo. Munhoz falou de sua experiência com o cooperativismo, "desde 1964, quando atuei na cooperativa de crédito da Bom Bril". O deputado vê o ramo crédito com grande potencial para atender a população. "Não só no meio urbano como para suprir a falta de crédito agrícola, as cooperativas estão crescendo consideravelmente", observou Munhoz. "Temos várias ações para trabalhar, e estamos mais tranqüilos porque vamos atuar com a Ocesp, um grande baluarte da luta do movimento cooperativista em São Paulo", finalizou o coordenador da Frencoop.    


Além dos deputados, prestigiaram o encontro na Assembléia o prefeito de Lindóia, Élcio Fiori de Godoy, o vice-prefeito de Franco da Rocha, Marcelo Cypriano, o vereador de Votuporanga e diretor da Coacavo, Osvaldo Carvalho, o diretor da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), Américo Utumi, o presidente da Comissão do Cooperativismo da OAB/SP, Antonio Luis Otero, os diretores da Ocesp Maria Lucia Barros Arruda (Ramo Trabalho), Rubens da Silva (Transporte) e Willian Niscolo (Habitacional), e representantes de cooperativas de vários ramos.  


 Ficou pré-agendada para 27 de novembro uma reunião técnica da Frencoop para trabalhar os pontos da plataforma apresentada.