Economia

GOVERNO PRECISA APOIAR MAIS O COOPERATIVISMO, DIZ EX-MINISTRO

Congresso aconteceu em São Paulo
| 30/08/2007 às 15:35
  A Associação Brasileira de Agribusiness (ABAG) reuniu as principais lideranças do agronegócio brasileiro na sexta edição do Congresso Brasileiro de Agribusiness, que aconteceu esta semana, em São Paulo.

  O evento, que teve como tema "Brasil, um só Agronegócio", mobilizou 600 pessoas de todo o Brasil para discutir o cenário atual e as perspectivas de futuro, deste negócio que é responsável por 33% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) do país, ao responder por 42% das exportações e 37% dos empregos gerados em solo nacional.


  O governador do estado de São Paulo, José Serra, esteve presente na cerimônia de abertura do Congresso, que foi dividido em 6 painéis que totalizaram a amplitude dos assuntos do segmento. O Cooperativismo também foi contemplado, com as presenças do ex-ministro Roberto Rodrigues, atual coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e de Cristiano Walter Simon, presidente da Associação Nacional de Defesa Vegetal (ANDEF) que atuou como moderador do encontro.

  
  COOPERATIVISMO

  Nesse painel, o ex-ministro fez uma abordagem geral do cooperativismo, defendendo o cooperativismo como uma doutrina que visa corrigir as diferenças sociais através da atividade econômica, envolvendo 800 milhões de cooperados no mundo e 7 milhões no Brasil, motivo pelos quais os "Governos precisam apoiar mais o cooperativismo", inclusive, modernizando as leis que regem o setor.


  O ex-ministro tocou no centro nervoso da cadeia produtiva do agronegócio, ao citar que "enquanto existirem brigas entre os setores, a saída para a união será o cooperativismo". Ele se referia a questão histórica de brigas entre os setores produtivo, de transformação e comercialização, citados por técnicos, pesquisadores e empresários como o grande entrave do segmento. Para Roberto Rodrigues, "é preciso organizar as cadeias produtivas para organizar melhor o agronegócio brasileiro".

  Para Carlos Alberto Paulino da Costa, da Cooxupé, o elo mais fraco desta cadeia é o produtor rural, por isto, o cooperativismo é uma via de defesa contra o gigantismo dos comerciantes. "Como um pequeno pode negociar perante os grandes? Somente através do cooperativismo", sentenciou.


 O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, disse que o cooperativismo, mesmo com a mais profunda crise,  investiu mais de US$ 500 milhões e foi responsável por US$ 850 milhões em exportações. E lançou um pergunta: como seria o futuro do cooperativismo no Brasil sem essa carga tão elevada de tributos? Luiz Roberto Baggio, vice-presidente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), responde com os números atuais. O agronegócio cooperativo anotou um crescimento de 82% nos volumes exportados e que nas regiões onde existem cooperativas, elas geram de 70% a 80% a mais que os empreendimentos não-cooperados.


Idéia errada
 

   o ex-ministro fez questão de esclarecer que o cooperativismo não é uma reação ao sistema capitalista vigente. "Quem pensa que o cooperativismo é um instrumento do socialismo, está completamente enganado", disse ele. Na verdade, o cooperativismo é - como afirma o Secretário Nacional de Economia Solidária (SENAES), Paul Singer, é uma alternativa de economia solidária.

....Para encerrar, Roberto Rodrigues disse que a educação é o tema central para o bom funcionamento das cooperativas. "Sem educação, não vamos conseguir nada".