A Suzano Petroquímica confirmou que o valor da negociação para venda do controle da empresa (ações em poder da Suzano Holding) para a Petrobras é de cerca de R$ 2,1 bilhões. A empresa divulgou a informação em resposta a pedido de esclarecimento da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
CONSOLIDAÇÃO
Para analistas, o negócio é relativamente pequeno em comparação ao tamanho da Petrobras. Porém, a transação dá sequência ao movimento de fusões e aquisições no setor. A Petrobras é a principal fornecedora de nafta no país, matéria-prima para a indústria petroquímica.
Em março, a própria Petrobras, em parceria com o grupo Ultra e a Braskem, adquiriu os ativos do grupo Ipiranga por cerca de US$ 4 bilhões. Os negócios petroquímicos da Ipiranga ficaram com as duas primeiras compradoras.
Naquele mesmo mês, o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou que a estatal iria intensificar conversas com a Suzano Petroquímica e a Unipar para a criação de um pólo petroquímico no Sudeste, após a consolidação no Sul. O executivo disse ainda que a Petrobras estava conversando "há algum tempo" com a Suzano e a Unipar.
A Petrobras praticamente saiu da petroquímica na década de 1990, quando foi iniciada a privatização do setor com a venda de empresas da companhia. Em 2004, a petrolífera anunciou que retomaria investimentos no setor, como parceira.
Por causa do negócio, as negociações das ações da Suzano Petroquímica foram suspenas às 15h para divulgação de fato relevante sobre a operação. As duas companhias esperam o fechamento do mercado financeiro para anunciar os detalhes da compra.
O valor da transação corresponde a R$ 13,40 por ação ordinária (ON, com direito a voto) e R$ 10,70 por ação preferencial (PN, sem direito a voto). Antes da suspensão do negócios, às 12h15, as ações PN da Suzano Petroquímica valiam R$ 5,74 na Bovespa.
A Suzano Petroquímica iniciou suas atividades em 1974 e pertence ao Grupo Suzano, também conhecido por sua atuação no setor de papel e celulose.
A empresa participou do Programa Nacional de Desestatização nos anos 90: em 1992, comprou com outros investidores o controle acionário da Petroflex; em 1996, o controle acionário da Polipropileno foi adquirida da Petroquisa, braço petroquímico da Petrobras.
A companhia chegou à Bovespa em 2004 e, no mesmo ano, elevou sua participação na Polipropileno Participações, negócio do qual passou a deter mais de 98% do capital total. Além disso, mudou sua diretoria e reestruturou suas operações, dando maior ênfase no gerenciamento das atividades da Polibrasil e de suas controladas: Riopol, Politeno e Petroflex