Professores de idiomas, tradutores, artesãos, catadores de materiais recicláveis, agricultores e músicos são exemplos de profissionais que buscaram o modelo cooperativo para montar um negócio, sair da informalidade, contribuir para a previdência, organizar o trabalho e aumentar a renda, inserindo-se no mercado de trabalho de forma cidadã.
Em todo o País, os profissionais cooperados somam 7,4 milhões. Somente no estado de São Paulo, o número passou de 2,2 milhões em 2001 para 2,8 milhões em 2006, de acordo com a Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp).
Neste primeiro semestre, a Ocesp recebeu 40 solicitações de registro. No mesmo período, 30 novas cooperativas cumpriram os requisitos exigidos na Lei 5.764/71, que rege o cooperativismo no Brasil, e passaram a fazer parte do sistema de representação paulista, que soma mais de mil empreendimentos. O interesse maior pelo registro na Ocesp tem sido das cooperativas de produção e transporte, com 23% cada, seguida de trabalho, com 20% dos novos registros concedidos pela entidade neste primeiro semestre.
É o caso da Cooperativa Paulista de Circo, que conta com 256 artistas, da Cooperativa dos Músicos, que soma 900 pessoas, e da Cooperlínguas, que reúne 50 professores e especializou-se no ensino de inglês, espanhol, francês, alemão, sueco, finlandês, russo, redação em português e português para estrangeiros.
"Achamos que um modelo participativo e com gestão democrática seria o mais adequado. Escolhemos o cooperativismo para formalizar nossa intenção e acreditamos que este seja um importante diferencial", diz o vice-presidente da Cooperativa de Música, Lincoln Antonio.
"O modelo cooperativo organiza o trabalho de profissionais de ensino superior e também daqueles sem instrução formal. Realizamos palestras e oficinas para esclarecer como funciona uma cooperativa e o que fazer para se adequar à lei. Além disso, promovemos cursos para ajudar na gestão do negócio", lembra o gerente de Consultoria do Sescoop-SP, Mário Cesar Ralise.
O modelo cooperado de organização das pessoas surgiu em 1844 na Inglaterra e vem ganhando mais popularidade no Brasil por garantir trabalho, renda e contribuir para um maior equilíbrio social. "As cooperativas tem se mostrado uma alternativa a quem quer abrir o próprio negócio, mas não dispõe de recursos suficientes. O cooperado é sócio e participa das decisões, dos riscos e resultados do negócio", diz Edivaldo Del Grande, presidente do Sistema Ocesp/Sescoop-SP, formado pela Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo. Informações: http://www.portaldocooperativismo.org.br/.