A petrobrás vai deter mais força para controlar preços da gasosa
A Petrobrás, o Grupo Ultra e a Braskem compraram o Grupo Ipiranga por US$ 4 bilhões, negócio considerado um dos maiores do setor petroquímico e de distribuição de combustíveis brasileiro. Especialistas temem que a Petrobrás controle, de vez, os preços dos combustíveis no Brasil, já cartelizados na bahia.
Marca a segunda fase da reestruturação da petroquímica brasileira e a entrada do Grupo Ultra, distribuidor de gás de cozinha, na venda de combustíveis.
O Grupo Ipiranga opera nos setores de refino de petróleo, petroquímico e de distribuição de combustível. A operação deve estar concluída até o quarto trimestre deste ano. O contrato foi assinado na manhã desta segunda-feira.
Pelo acordo, o grupo Ultra ficará com a rede de distribuição de combustíveis da Ipiranga nas regiões Sul e Sudeste. Já a Petrobras fica com a parte do grupo nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O grupo Ultra vai continuar operando com a marca Ipiranga, mas a Petrobras poderá utilizar a marca por até cinco anos, enquanto substitui gradualmente os postos pela sua marca, a BR.
O controle da Refinaria Ipiranga no Rio Grande do Sul será dividido em partes iguais pela Petrobras, Grupo Ultra e Brasken, que se comprometeram em manter as atividades.
A Petrobras deve desembolsar US$ 1,3 bilhão, enquato a Brasken pagará US$ 1,1 bilhão. Já o Grupo Ultra deverá adquirir as ações dos minoritários da Ipiranga.
"É um movimento a mais da Petrobras no setor da Petroquímica. Essa possibilidade de reestruturação societária da Copesul permite um avanço importante na área de petroquímica, em que a Petrobras pretende ter um avanço nos próximos anos", disse o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli.
Segundo Gabrielli, a aquisição não terá impacto significativo no caixa da Petrobras.
Em 2006, o Grupo Ipiranga teve um lucro líquido de R$ 534 milhões e receita líquida de R$ 30 bilhões.
Pelo acordo, a primeira etapa da operação será a aquisição das ações das famílias controladoras do Grupo Ipiranga pelo Grupo Ultra. Numa segunda etapa, o Ultra deve fazer uma oferta pública de compra das ações ordinárias dos minoritários do Ipiranga. Em uma terceira etapa, Braskem e Petrobras devem fazer uma proposta aos acionistas para o fechamento do capital da Copesul.
A operação comporta ainda duas outras etapas: na primeira, o Ultra fará a incorporação das ações preferenciais dos minoritários da Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga, da distribuidora Ipiranga e da refinaria Ipiranga. Esses acionistas receberão ações preferenciais da Ultrapar.
Na ultima etapa, será feita a alienação e entrega dos ativos petroquímicos para a Braskem e a Petrobras.
Por conta do potencial de prejuízos à concorrência, o negócio deverá ser submetido ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica, do Ministério da Justiça).