Área da Av Sete com Aflitos, Salvador, bahia
Quem conheceu - como nós - o antigo restaurante de comidas italianas da Casa d'Itália, na confluência entre a Avenida Sete e Aflitos, onde se comia a melhor "polpetta" de Salvador - prato clássico de almôndegas servido com queijão parmesão derretido, que pode ser conmsumido dessa forma ou com uma massa, infelizmente, não existe mais. A Casa d'Itáilia está numa decadência de chorar.
E, no local do antigo restaurante, o que existe hoje é um coma kilo chamado "Pimenta de Cheiro", que nem placa tem, e serve comidinhas baianas saborosas, mas, óbvio está distante do glamour que era o italiano antigo.
Não adianta reclamar da sorte. E por dever de ofício, a pedido de um amigo que escreve crônicas sobre a "Alma da Senhora Avenida Sete", visitei recentemente a consulado honorário da Itália em Salvador e quase caio de costa tal o abandono em que se encontra o prédio da arquitetura eclética italiana, de meados do século XX, quando o governador JJ Seabra e o engenheiro Arlindo Fragoso, implantadores da Av Sete, trouxeram de São Paulo e Rio de Janeiro, alguns arquitetos italianos, ou contratram seus serviços para obras públicas, e eles também atuaram para a iniciativa privada.
O prédio da Casa d'Itália vem dessa época e ainda é um dos poucos exemplares da arquitetura do neoclássico italiano (o Palácio da Aclamação é outro edificio nesse estilo) da Avenida Sete (os casarões do Corredor da Vitória e da Ladeira da Barra foram quase todos derrubados para implantação de edifícios gigantescos) e sua beleza ainda impressiona.
Como falamos de gastronomia em nossas crônica, essa é a especialiadade de Dom Franquito, o "Pimenta de Cheiro" localizado no local do antigo italiano serve o trivial e estivenmos por lá numa sexta-feira, a predominância era da comida baiana típica - caruru, vatapá, galinha, farofa, banana frita, arroz branco, feijão fradinho, tudo muito gostoso, bem temperado, a preços medianos.
Almoça-se a gosto e em fartura com R$30,00 fora a bebida e a casa não cobra 10% de serviços e como qualquer koma a kilo - usando-se a expressão popular no escrever - é a pessoa que faz o seu próprio prato.
Nada do que havia no antigo italiano sobreviveu. Foram retirados os quadros, as molduras com as fotos antigas, o mobilitário, os cabideiros e assim por diante. Como disse na inicial é de chorar. Imagino as familias italianas que por lá aparecem como devem se sentir.
O gerente do "Pimenta de Cheiro" me disse: - Eles (os italianos) ainda veem muito aqui e ficam saudosos.
Eu, que não sou italiano, mas conheci e frequentei o antigo restuarante alghumas vezes, senti isso na pele ao dar uma caminhada pelo interior do "Pimenta de Cheiro" e em volta do prédio e algumas dependência da Casa d'Italia, com áreas com limo, luminárias quebradas, corrimões das escadas com hastes quebradas, esculturas dos leões rachadas na escadaria de acesso a porta principal, enfim, sinais de abandono por vários locais.
Mas, paciência, a vida como ela é. Fica o registro.
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Restaurante Pimenta de Cheiro
Avenida Sete, 1238
Casa d'Italia
Comida a quilo
Almoço preço médio R$30,00
Classificação 2 DONS