Restaurante especializado em frutos do mar com sabor da Espanha, da região da Galícia
A referência que a turma de minha geração tem sobre Papito é de sua dedicação ao Don Papito, bar e restaurante de tira-gosto que havia na sede do Bloco Carnavalesco "Os Internacionais", bairro da Mouraria, no fundo do Quartel General da VI Região Militar, Salvador, Bahia.
Era lá que a galera do "Os Internacionais", bloco carnavalesco nascido no centro histórico, frequentava nos anos 1970 para tomar uma gelada e saborear as 'lambretas' mais famosas da cidade. Nessa década e até os anos 1980, "Os Internacionais" era o top no Carnaval da capital, a coqueluche com rivalidade ao similar "Os Corujas".
Adolfo Ventim Parada, galego da região de Vigo, chegou a Salador em 1964 e o don Papito nasceu na antiga sede do "Os Internacionais", para dar suporte a galera carnavalesca sendo as quintas-feiras - dia de Sana Rita - o dia da semana mais frequentado e badalado quando a turma ocupava as mesas espalhadas pela rua. Era uma das muvucas mais famosas da cidade.
"Os Internacionais" era especial por ter os jovens homens mais desejados da cidade, 'casadoiros', responsáveis, aquele que, digamos assim, toda sogra desejaria, e o Don Papito era também um local frequenado por uma 'tribo' de mulheres que ia em buasca do amor desejado. A azaração das quintas marcou uma época na capital.
E em matéria de 'lambreta' - molusco aferventado e servido com limão e pimenta e que ganhou arranjos da culinaria marineira espanhola - era a mais famosa da cidade. O folclore local se encarregou de espalhar que o caldo da 'lambreta' sevido em copo americano para se beber cerveja, era afrodisíaco. Haja caldo com uma pimentinha e uma gelada.
O tempo passou, "Os Internacionais" se trasnfromou no "InterAsa" sob o comando de outro galego, Fernando Bulhosa, já falecido, e Don Papito mudou-se para Piatã, no ano de 2000 (está na iminência de inaugurar uma nova casa nas proximdiades desse mesmo endereço, na Octávio Mangabeira) e está atá hoje por lá fazendo o maior sucesso com seu Don Cardápido e os olés de camarões, polvos e frutos do mar.
E, claro, o mesmo hábito que tinha no bar da Mouraria, de conversar com os clientes, tomar uma gelada com eles, papear, contar casos, isso Papito continua fazendo até hoje, sempre impecavelmente vestido e atencioso.
Diz, por exemplo, que o segipano Luis, garçom que o acompanhar há decênios, anda meio torto parecendo sofrer de algum mal da coluna, porque teme ir a um urologista tomar uma dedada.
Luis responde que "esse galego tá morto e não sabe", brinca e comenta que, com 38 anos no Papito, 16 deles só na casa de Paiatã, subindo e descendo escadas, carregando bandejas, não tem coluna que fique ereta".
Papito sorri: "Está comigo desde menino e é um excelente profissional", confessa sobre Don Luis.
Luis não se queixa de nada. É alegre, papo firme, confessa que foi com o tabalho no Don Papito que adquiriu seu 'cantinho' (sua casa) em Matatu de Brotas, "formei minhas duas meninas e moro com minha velha por lá".
Papito, todo mundo que frequenta seu restaurante, sabe que é um amor de pessoa. Na última semana que estive por lá com la señora Bião de Jesus e su madre Antonia o galego vestia uma camisa do Celta de Vigo.
Brinquei: - Você ainda usa a camisa do Galicia? (time da colônia espanhola de Salvador)
- Vou lhe explicar o que significa esse símbolo na minha camisa e aponta. É a marca do Celta de Vigo, um dos times mais tradicionais da Galica.
- Conheço a Galícia, comentei com ele, destacnado que já tinha ido a casa de Pepe Faro por lá.
- É uma maravilha de local.
Mas, como não fomos ao Don Paito só para papear, de entrada, parece óbvio, solicitamos a Don Luis, uma porção de lambretas à moda marineira enquanto nos acomodávamos numa mesa sob a amendoeira da casa. E, de resto, uma rodada de geladas. La señora Bião e sua madre pareciam com sede.
O tempo estava firme, o sol forte, o mar de Piatã brilhante e quando as lembretas chegaram à mesa com aqueles pães torrados do Don Papito e o molho especial à moda Espanha, nossa! mais que tivessem no prato.
- Bem que eu disse que era uma aboa pedida, comentou Luis, enquanto la señora Bião soliciava de principal um polvo à Sidney Magal.
Calor forte, mais geladas sobre a mesa. O polvo, que o generoso Don Luis nos serviu estava de derreter na boca. Uma delícia. Textura das melhores, sabor do além mar de Vigo.
Digo a vocês que é sempre um prazer is ao Don Papito. Quem ainda não conhece, pode passar por lá que vale a pena. E quem vai, sempre volta.
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DON PAPITO RESTAURANTE
Rua Octávio Mangabeira, 6
Piatã, Salvador, Bahia
Fone 71.3367.0104
Finais de semana é bom fazer reserva
Lambreta tradicional marinera R$34,00
Polvo a Sidiney Magal R$72,00
Pratos servem duas a três pessoas
Heineken 600 ml R$12,00
Estacionamento na rua - tem vigilante
Casa cobra 10% nos serviços
Aceita todos os cartões
Não tem ar condicionado
Temperatura ambiente arejada
Classificação 3 DONS