Restaurante Colon, Praça Conde dos Arcos, em Salvador da Bahia
Foto: BJÁ |
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Moqueca de bacalhau da melhor qualidade com sabor galeco-baiana |
O Restaurante Colon da Conde dos Arcos, no Comércio, é o mais antigo da Bahia ainda em atividade e servindo comida de boa qualidade com a marca galiciana dos tempos do seu fundador, José Maria Orge, que abriu a casa com pompa e gravatas no longínquo ano de 1914. Portanto, em 2014, a casa galega completa 100 anos, seu primeiro centenário, o que é raríssimo em Salvador.
Em idade e qualidade, quem mais se aproxima do Colon é o Porto Moreira do Mocambinho caminhando para os 80 anos, o Juarez e o Chez Bernard da Gamboa passando dos 50 anos, todos também de boa culinária.
Claro que o Colon dos dias atuais não tem mais o charme e o glamour da primeira quadra do século passado quando a área do Comércio, em Salvador, abrigava as empresas importadoras e exportadoras, as casas comerciais mais chiques da cidade, sedes de bancos, institutos de fomento, o movimentado porto e assim por diante. Vizinho da Associação Comercial da Bahia, o Colon era o point dos empresários e das madames de chapéu e penachos.
Mas, ainda hoje, dirigido pelo filhos e netos do pioneiro José, sob a batuta de Mara, uma baiana casada com Juan Orge, o Colon tem toda uma sedução, tem todo ar de triunfo e diria que só não é mais belo porque nesta cidade dos trópicos se deixou de andar e vestir à moda européia como no passado, de paletó e gravata, os homens, quando não de fraque e chapéu; e as mulheres de penachos e luvas.
Salvador se tropicalizou, o que é mais adequado ao seu clima, e os clientes do Colon, salvo um ou outro saudosista como Oleone Coelho Fontes que ainda frequenta a casa de blazer, a baianada se delicia com as comidas galeco-baianas a fartar-se mais à esportiva.
De minha parte, freguês antigo, estive por lá na semana passada a tomar um chopinho da Heineken e comer sua famosa moqueca de bacalhau. Isso, moqueca de um pescado que, normalmente, se aprecia de martelo, a portuguesa, de ensopado, de salada, na chapa, na grelha, mas, raro numa moqueca com cebola roxa e todo o tempero baiano comprado em São Joaquim.
Quem me atendeu foi o simpático George, garçom estiloso, educadissimo, e que fez as honras da casa garantido, o que já sabia de prévia, desde o tempo de Sêo José, que ele assinava embaixo pela qualidade da moqueca do bacalhau com dendê do Baixo Sul de perfeita densidade.
Foi tamanha a propaganda que pedi mais um chopinho capricado, com colarinho à exigência do figurino, e mais não tomei porque ainda tinha que andar até a igreja de Santa Luzia para conhecer a reforma do IPAC e poderia tropeçar n´alguma pedra solta das tantas que tem na Praça Marechal Deodoro.
Agora foi tanta a moqueca que ainda fiz um farnel para levar para casa, salvo o pirão do próprio caldo que lambi os beiços e deixei de limpar a cumbuca.
Olha! Quem nunca foi ao Colon deve imediatamente i-lo.
Na segunda tem frango ao forno e fígado a R$20,00; na terça, cozido e carneiro, a R$27,00 cada; na quarta, galinha caipira e tutu a mineira, a R$24,00; na quinta, feijoada, R$26,00 e frango brochete R$22,00; na sexta bacalhau e picanha R$27,00.
E mais: você já foi num restaurante que tem entrada de azeitonas a R$5,00 e 10 uniades de bolinhos de bacalhau a R$12,00? Azeitona no pires, uma tradição a beliscá-las com apoio de palitinhos.
Só se ver na Bahia meu caro.
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COLON RESTAURANTE
Praça Conde dos Arcos, 3
Comércio - Salvador
Ao lado do prédio da Associação Comercial da Bahia
Fonte 71. 3242.3847
Executivo a la carte - de segunda a sábado (dia)
Média do preço do prato R$25,00
Aceita todos os cartões
Chope de qualidade, bem tirado
Não tem manobrista
Não tem ar condicionado. Ambiente arejado.
www.restaurantecolon.com.br
choperiacolon@ig.com.br