Café Zéphyr fica no Boulevard Montemart, 12
Foto: BJÁ |
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Escolher um restaurante em Paris é encontrar várias agulhas em palheiros tantos e agradáveis são os existentes. Mas, vai-se tateando aqui e acolá, observando os estilos e a decoração e sempre chega-se ao desejável.
Não venha a Paris, por favor, comer uma pizza; nem muito menos sente-se no Mexicano da Republic, porque não combina.
Muito menos ingresse num desses chineses cheios de dragões porque cada coisa tem seu lugar.
Paris é cidade para se frequentar bristôs, cafés, brasierres no Cartier Latin e assim por diante. Bom chinês fica reservado quando o (a) amigo (a) for a Pequim; e uma pizza em Roma. Mexicanos, de sua parte, na muy agitada ciudad del México.
Em Paris, interessante é sentar-se no Le Café Zéphyr no boulevard Montmarte, ainda que esteja insuportável na calçada com toldo, não devido ao frio do inverno porque existem aquecedoras, mas porque a lei Alcindo da Anunciação ainda não chegou por aqui e o cigarro é livre nesses espaços.
E fumo, cheiro de tabaco, aquele odor horroso que impregna em sua roupa, mesmo quando você deixa o restaurante, não combina com um um steak ou um beef acebolado à gosto.
Le Zéphyr, para nossa alegria, tem um salão interno, agradabilíssimo, com decoração à moda antiga, que não chega a ser uma tenda de Napoleão III, sobrinho de Napoleão I, o magnífico, onde é proibido fumar e aprecia-se o boulevard e saboreia-se uma comida razoável.
De minha parte, já degustando um Broully Chateau des Tours, e, pasmem, azeitonas verdes com tomates, pipocas, pães crocantes e queijos, isso mesmo pipoquinhas dessas que a gente compra aos domingos no Dique do Tororó, servi-me de um Conflit de Canard, com fritas e harricos verts frais.
Não foi essa maravilha dos deuses, porque o trivial também faz parte do viver, mas diria que satisfaz. Como diria o camarada Lula é um prato para o bom combate.
A madame Bion de Jesus acatou a sugestão do garçom, um francês com cara de italiano, bien jovencito, e serviu-se de um Steak de Thon-Mi, saladita e purê. Levíssimo para seu apetite.
Quando menos esperávamos, o tinto desapareceu num piscar de olhos. Até porque, de alguma forma, incorporamos o espírito francês de fazer da ceia, um interminável bate-papo, um ato cultural. É impressionante, pois, como valorizar esse prazer.
Agora, estando em Londres tenho a difícil missão de encontrar algo interessante na cozinha inglesa. Tentarei uma codorniz. Os súditos de sua majestade Elizabeth II são bons caçadores.
Au revoir.
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Le Café Zéphyr
12, boulevard Montmarte
Reservas: (33) 01.47.70.80.14
http://www.lecafezephyr.com/Aceita cartões de crédito
Preço médio do parto 15 euros
Vinhos a partir de 20 euros
Para arriscar tem vinho da casa