BJÁ
 
Nem sempre se pode visitar a França. Estava de mal com Paris há quase uma década e isso não é salutar. Pago então meus pecados nesse inverno longe do batuque axé e da ginga da negra Bel do Festival de Verão. Ouço sons de acordeons e Charles Aznavour.


Como é impossível rever todos os cantos desta cidade, o melhor é concentrar esforços e caminhadas no quadrilátero histórico de la Bastille, Republique, Rivoli e Halles. Tá de bom tamanho.


Também não se deve ficar nas ruas pra lá e pra cá, sem a milenar cultura francesa de sentar-se num café para uma sessão de brioches. Muito tempo ao frio doe algumas partes do corpo e perde-se o gingado carnavalesco baiano.


Para quem gosta de um restaurante à moda antiga, com candelabros, vitrais, decoração século XIX, ainda com aquelas cadeiras de madeira com espaldar em arcos, garçons de smonking, recomendo a Brasserie Bofinger, na rua de la Bastille, 7, no coração da Praça da Bastilha.


Atende-nos, eu e a senhora Bião de Jesus, aqui também conhecida como Madame Bion, um garçom que mais parece com aquele personagem da histórias em quadrilhos, Mr Pinduca, um men elétrico, com um motorzinho no corpo. Ao primeiro sinal está aos pés da mesa.


A essa altura já beliscávamos os pães crocantes da casa com pinceladas de pasta ao alho e um formage branco. Pinduca recomendou-nos um tinto admirável em aroma e sabor:  Beaujolies Broully Henry Fessy, safra 2008.


E ficamos a conversar sobre o Bofinger com tradição que data de 1864, quase tão antigo quando a tomada da Bastilha.


De principal, servi-me de um Tartale de Saumon de Nouvêge com salada de ervas e tomates. Belíssimo prato no visual e no sabor. Desses que descem redondo, sem qualquer comparativo com a gloriosa skol.


Madame Bion preferiu um Choucrute Egbril Bofinger com salchcilas alemãs, batatas, pato e bacon defumado. Também adorável prato para aqueles que têm boa digestão.


Só não participamos de uma nova tomada da Bastilha porque ninguém nos salões do Bofinger estavam interessados nisso e sim em sexo dos anjos e outros.


Pra fechar a noite, madame Bion solicitou um macaron gorumand com creme glace e fleur del sel. E, óbvio meu caro Watson, uma rodada de expressos com brioches.


Au revoir.


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BRASSERIE BOFINGER

Rue da La Bastille 5 a 7

Reservas: +33 (0)1 42 72 87 82

Abre todos os dias da semana

Aceita cartão Visa

Preço médio por prato 25 euros

Vinho a partir de 36 euros