Rei da Moqueca, Catú de Abrantes, Km 8, Estrada do Coco, Bahia
Foto: Foto: BJá |
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Moqueca de Siri do Rei da Moqueca, Catú de Abrantes, Km 8, Estrada do Coro |
Diretamente do frio de Nova Iorque para o calor em brasas do Litoral Norte da Bahia.
A vida como ela é já dizia o genial pernambucano Nelson Rodrigues em suas crônicas. Ninguém escapa desse bambolê.
E foi assim que, por sugestão de Mário Pontes, o homem que salvou a vida do deputado ACM Neto diante de um atentado a facadas, fomos parar no Rei da Moqueca em Catú de Abrandes, km 8 da Estrada do Coco logo após o Rio Joanes, para apreciar uma das moquecas de dona Ceci.
"Casa simples e avarandada" confidenciou-me a senhora Bião de Jesus ao estacionarmos embaixo de um carramachão e dar sombra ao gol. Carro de remediado é uma desgraça. Se ao sol recebe seus raios esmaiece, amarela.
Mais adiante, já na soleira da casa, admirou-se a dita senhora com um canteiro de rosas meninas brancas, belíssimas.
Eu, com minha santa ignorância sequer sabia de tais rosas em botão ou vistas em flor.
A nosotros se apresentou uma garçonete chamada Érica. Novata na casa, mas, muy simpática. A Bahia é assim mesmo. Prestação de serviço fica muito a desejar.
Abrimos o ensaio da tarde com uma Nobel, não tão gelada como esperávamos. Ainda assim, aliviou a temperatura interior.
O melhor veio a seguir, por recomendação da senhora Bião, uma porção de bolinhos de bacalhau.
Também não se apresentaram os mais organizados e belos no prato. À primeira vista enrugadinhos. Porém, deliciosos com pingos de pimenta à gosto.
Mas quê! A senhora Bião garantiu que "são melhores do que os servidos na Odoyá", entendendo-se a orixá como a mais famosa barraca de praia de Vilas do Atlântico.
Devoramos as peças já de posse de uma segunda Nobel, desta feita, mais gelada.
Poderíamos até tomar três ou quatro delas porque a propaganda no porta-guardanapos do Rei recomendava eparema e Cáscara Sagrada.
Preferimos, um entanto, uma moqueca de siri catado.
Érica dizia-nos que Madalena, a cozinheira, porque no Rei não existe chef de cousine e sim uma quituteira nativa de Abrantes, fazia-a das melhores.
E ficamos a apreciar as rosas meninas e os beija-flores bicarem água nos bebedouros instalados no pomar de Sêo Adauto e Dona Ceci, porque a casa é espaçosa e mais parece uma chácara com galinhas e galos da terra no quintal, patos e outros bichos, até que, uma senhora de nome Ana, trouxe-nos a referência principal.
Cercando a moqueca, feijão novinho e temperado com costelinhas, arroz branco, farofia amarela e pirão.
Olha irmão ou irmã é de admirar, não pela beleza porque vem encoberto no caldo do dendê, ao ponto para não ficar escuro, mas, no sabor.
Delicioso e prato enorme. Fartamo-nos de suar a gola das camisas.
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Rei da Moqueca
Catú de Abrantes, Km 8, Estrada do Coco
Aceita todos os cartões
Não tem ar condicionado. É restaurante tipo praia.
Funciona todos os dias exceto segundas-feiras