Colunistas / A Boa Mesa
Dom Franquito

DOM FRANQUITO VAI AO MESÓN SEVILLA E SABOREIA UMA PAELHA VALENCIANA

Mesón Sevilla, Nova Iorque, 344 West, 46th Street
17/01/2009 às 13:04

Uma paelha admirável para o paladar e visual com Estrela de Galícia
 
Para mantener la tradicion de mis antepasados de España voy a recomendárlos un autentico Sevilla en Nova Iorque.


Justo seja dito que não conheço Sevilha, a belíssima capital da Andaluzia, ocupada pelos mouros durante s'eculos e vinculada ao Califado de Córdoba.


Mas, não é hora de falar de história e sim da boa mesa. O tempo do conquistador Abd-Al-Aziz ib Mussa já passou faz centúrias mas, é verdade, deixou marcas impressionantes na cultural árabe no Sudoeste da Península Ibérica.


Sevilha vem do árabe ishbilya e foi reconquistada pelos cristãos comandados por Fernando III de Castela, em 1248, quando o Brasil sequer pensava em existir.


Tanto assim que, não sei exatamente porque, toda vez que se fala em Sevilha e Valencia confundo uma coisa com a outra e vem à luz a paelha valenciana de dona Olga, aqui do bairro da Graça onde, eventualmente, quando a senhora Bião de Jesus mostra seus cristais à mesa, encomenda um tacho a servir amigos, em datas especiais.


No Mesón Sevilla, um Spanish Tapas and Authentic Classic Cuisine from Spain, em Nova Iorque, bem ao meu gosto, abaixo um pouco do rés do chão com pá de neve à mostra para desobstruir a entrada, quem nos recebeu foi Juan, um gordito andaluz, exímio cortador de jamon pata negra.


Al balcão primeiro.


A senhora Bião de Jesus sugeriu uma San Miguel para acalmar a garganta em sede.

Juan disse-nos que sentia muito, mas, não tinha em estoque e sugeriu uma Estrela Dam, o que consentimos. E até variamos, com uma Estrela de Galícia, também, um pouco mais forte, mas, como tudo de Galícia, buenísima.


Al jamon e as tapas. Que agradáveis. Pães à moda Sevilla com tomates frescos cozidos, azeites, pães e trozos de chourizo. 


Não daria para comer mais nada. Lego enganho nobre leitor. Não conheces o apetite dos Franquitos.


A senhora Bião avançou no pedido da paelha valenciana com tudo que tinha direito. Fiquei a escutar e a beber mais Estrelas de Galícia observando flocos de neve que caiam no vidro da janela.


À mesa, advertiu Franquito Filho que os camarões da paelha fumegavam pelo nariz.


Que terrível esse rapaz! Narizes em camarões. Que seja. Não escaparam do meu garfo e muito menos da senhora Bião de Jesus, enquanto Franquito Filho, carnívoro como é, traçava com gádio um filé méson robusto.


A paelha do Mesón - prato individual - serve a dois. Salvo se fores um garfo de paladar duplo. A nosotros coube-nos. E bem. Não restou quase nada, apenas uns pequenos pedaços de choriços.


A valenciana tem de tudo um pouco: arroz misturado, mexilhõs, lagostim, camarões, frango, calabreza, uma mistureba dos pecados. Como foi um pecado, num sevilhano, aprecir uma valenciana com bebidas de Galícia.


Mas, a vida é assim mesmo. Vai-se à mesa com os talheres que se tem.

Mesón Sevilla



344 West 46th Street

Nova Iorque - Manhattan

Fones 212.262.5890/ 977.0521

www.mesonsevilla.com