Os três presos já estão em Brasilia
Tasso Franco , Salvador |
24/03/2024 às 18:02
Ministro Lewandowisk e diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues,
Foto: Marcelo Ferreira CB
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que o relatório da corporação sobre os assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes tem mais de 470 páginas e aponta que Chiquinho Brazão e Domingos Brazão foram os mandantes. De acordo com Andrei, as motivações para o crime foram diversas, mas especialmente envolvem divergências sobre legalização de terras no estado.
"Neste momento, a PF encerra essa atuação apontando não só os mandantes, mas também os executores. Mas isso não impede que outras situações sejam analisadas. Não houve uma só motivação. Mas um conjunto de fatores de políticos de oposição. Existe um fator envolvendo milícia, disputa de por regularização fundiária", explicou.
"Assim como o ministro, não me aprofundei nas 479 folhas do relatório. Mas havia uma intromissão indevida para desviar o foco das investigações dos verdadeiros mandantes do crime", disse.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, destacou que, na avaliação dele, existem elementos suficientes para que o Ministério Público Federal (MPF) apresente denúncia contra os envolvidos no crime.
"O relatório da PF está pronto, com mais de 470 páginas. Já consta nos autos. Esta etapa está concluída. O material já deve permitir que o MPF apresente uma denúncia, se for o caso. Evidentemente não há prazo para o oferecimento da denúncia. É um caso extremamente complexo. A impressão que temos é de que existem elementos suficientes nos autos para apresentação de uma denúncia", disse Lewandowski.
A Polícia Federal aponta nas investigações que a morte da vereadora Marielle Franco foi um crime idealizado pelos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e "meticulosamente planejado" pelo delegado Rivaldo Barbosa, que assumiu o comando da Polícia Civil do Rio de Janeiro um dia antes do crime, em março de 2018.
A informação está no documento em que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), expede os mandados de prisão contra os três. As ordens foram cumpridas pela PF neste domingo (24). Moraes tirou o sigilo dos documentos após as prisões.
Os irmãos Brazão são apontados como os mandantes do crime pelos investigadores. Já o delegado Rivaldo Barbosa é suspeito de participar ativamente do plano e também obstruir as investigações do assassinato.