Com info SJDH
Tasso Franco , Salvador |
28/02/2023 às 19:30
Já retornaram para Serrinha
Foto: Info SJDH
A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) do Governo do Bahia confirmou que 196 baianos foram resgatados e acolhidos após serem localizados em um alojamento localizado na cidade de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, em situação semelhante à escravidão.
Dos 196 baianos, 73 moram em cidades da região do sisal, sendo 52 em Serrinha. Ao chegarem na Bahia foram recebidos na sede da Defensoria Pública da Bahia, em Salvador, e em seguida encaminhados para espaços de acolhimento.
Antes de serem encaminhados os trabalhadores passaram por avaliações médicas, condições de moradia e viabilização de reinserção em programas sociais, e mercado de trabalho.
Em Serrinha os trabalhadores serão acolhidos e vão receber ações da secretaria de Desenvolvimento Social, e outras pastas.
Os trabalhadores foram para o Rio Grande do Sul com a promessa feita por aliciadores de mão-de-obra da cidade de Valente com salários que chegavam perto dos R$ 3 mil, acomodação e alimentação, porém ao chegarem no local descobriram que a atividade em uma vinícola era em condições precárias.
O caso só foi descoberto pois três trabalhadores conseguiram fugir e pediram ajuda.
VEREADOR QUESTIONA
O vereador Sandro Fantinel (Patriota) de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, questionou, em sessão nesta terça-feira (28), as condições de trabalho escravo em que foram encontrados 196 trabalhadores em vinícolas na Serra Gaúcha, na sexta (24). A polícia confirmou que a maioria deles veio de cidades da Bahia.
Na fala, Sandro Fantinel culpa os empregados pelas condições em que foram encontrados. "Um agricultor me ligou e pediu para eu ver um alojamento onde ficam os trabalhadores temporários e não dava para entrar do fedor de urina, da imundície que eles deixaram em uma semana. E a culpa é de quem? O patrão vai ter que pagar o empregado para fazer limpeza para os bonitos? Temos que botar eles em um hotel cinco estrelas para não termos problema com o Ministério do Trabalho?", questionou, antes de citar os baianos.
Em seguida, se dirigindo às empresas agrícolas e aos agricultores do Rio Grande do Sul, ele diz: "Não contratem mais aquela gente lá de cima. Contratem argentinos. São limpos, trabalhadores, corretos e quando vão embora ainda agradecem pelo trabalho".
Em sessão gravada, o vereador continua: "Nunca tivemos problema com um grupo de argentinos. Agora com os baianos, que a única cultura que eles têm é viver na praia tocando tambor, era normal que se fosse ter esse tipo de problema. E que isso sirva de lição. Que vocês deixem de lado esse povo que está acostumado com Carnaval e festa", continua.
Por fim, Fantinel questiona a condição de escravidão que foi denunciada, mencionando que alguns dos trabalhadores que estavam no local não queriam deixar o lugar.