Há 34 anos funcionando em Stella Maris, o Clube dos Empregados da Petrobras (Cepe), em Salvador, está ameaçado de fechar as portas. A diretoria do clube recebeu uma notificação da direção da Petrobras que pede a desocupação da área no prazo de quatro meses, colocando fim ao contrato de comodato firmado entre as duas instituições.
O equipamento, que faz parte da história do bairro e é referência em esporte, lazer e entretenimento para as famílias dos empregados da Petrobras e moradores locais e de toda capital baiana, ocupa a área desde 1987. Atualmente, são cerca de cinco mil associados que contam com uma infraestrutura completa de lazer, com quatro quadras poliesportivas, quatro campos de futebol, cinco piscinas, academia, concha acústica, vestiários, restaurantes e estacionamento.
No local, são oferecidas ainda escolinhas esportivas, inclusive abertas para a comunidade e para crianças e jovens de projetos sociais, como de futebol, natação, ginástica rítmica e tênis, torneios, temporada de pesca, além de aulas de dança e grandes eventos em datas festivas como Dia das Crianças, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia dos Namorados, Natal, São João e Reveillon, já tradicionais no clube. O Cepe também realiza diversas ações solidárias, durante todo o ano, de arrecadação de alimentos, materiais de limpeza e higiene e agasalhos, apoiando mais de 20 instituições da cidade.
A diretoria já acionou o departamento jurídico para que sejam tomadas todas as providências a fim de evitar que esta ameaça se concretize. No dia 30 de outubro, sábado, às 9h30, na sede do clube, será realizada uma assembleia com os associados para discutir o assunto, informar a situação real junto à Petrobras e traçar as estratégias de luta. Por se tratar de uma Área de Proteção Ambiental – APA, devidamente cuidada e preservada durante todo o período de funcionamento, a direção busca o apoio das instituições ambientais de Salvador, especialmente daquelas que atuam no entorno do bairro.
Para o presidente do Cepe Stella Maris, Dejair Santana, a luta não será das mais fáceis. “Vamos brigar para assegurar o direito dos nossos associados e garantir a permanência do nosso clube, que faz parte não só da história do bairro como também de Salvador. Além de ser um importante equipamento de lazer e entretenimento para os soteropolitanos, um dos maiores clubes do Norte-Nordeste, que conseguiu sobreviver à pandemia, há um sério trabalho de responsabilidade social e ambiental do qual não abrimos mão”, defendeu.