Direito

Jungmann diz que houve “afunilamento de hipóteses” sobre caso Marielle

Policia está próxima de desvendar o crime com JB informações
Da Redação , Salvador | 11/04/2018 às 07:49
Anielle Silva (esq.), irmã de Marielle, e Monica Tereza Benicio, viúva da vereadora
Foto: DIV
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse hoje (10) que tem percebido avanço nas investigações sobre os assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. “Houve um afunilamento das hipóteses”, ressaltou, após participar de um encontro com secretários do setor na Feira Internacional de Segurança Pública e Corporativa (LAAD, na sigla em inglês) na capital paulista. De acordo com O Globo, a Polícia Civil teria encontrado digitais do assassino de Marielle e Anderson nas cápsulas usadas pelos criminosos.

Segundo Jungmann, as equipes que trabalham no caso demonstram confiança de que chegarão até os responsáveis por ordenar a execução da vereadora. “Eu sinto das pessoas, quando converso lá, que elas estão animadas, de que vão conseguir colocar na cadeia não só os que executaram, mas também chegar aos mandantes desse crime que chocou a todos nós”, acrescentou. O crime completa um mês no próximo sábado, 14.

Jungmann também disse que a intervenção federal na segurança do estado do Rio de Janeiro não deve terminar antes do fim do ano. “Não vejo hoje nenhuma intenção de fazer a suspensão, mas, sim, de levá-la até o último dia do governo atual. Ou seja, 31 de dezembro de 2018”, enfatizou.

Na avaliação de Jungmann, a intervenção “caminha bem” e tem apresentado bons resultados. “A maior prisão coletiva que se teve de milicianos. A principal milícia do Rio de Janeiro foi golpeada de uma maneira sem paralelo”, destacou o ministro, sobre a operação realizada no último sábado (7) contra o grupo conhecido como Liga da Justiça.

No episódio, foram presas 149 pessoas em um sítio onde eles participavam de uma festa. Durante a ação, quatro pessoas morreram. Entre os detidos estão sete adolescentes. Os milicianos tinham como base o município de Campo Grande, mas já expandiam as atividades para Itaguaí e Seropédica e para cidades da Costa Verde do estado do Rio de Janeiro.

Segundo a Polícia Civil, os criminosos, além de cometer assassinatos e cobrar taxas ilegais de segurança a moradores, tinham acordos para controlar o tráfico de drogas e o roubo de cargas nos territórios onde atuavam.

Para o ministro, a intervenção tem conseguido sucesso na tentativa de reestruturar as polícias do estado do Rio. “A intervenção está no caminho certo: de reformular e reestruturar as polícias, de não permitir nenhum tipo de politização, corrupção ou ligação com o crime organizado. Quem for pego nisso, está fora e vai pagar por isso”, disse,

Por isso, Jungmann acredita que, em algum tempo, a população do estado passará a ter uma percepção melhor da segurança pública. “Nós hoje sabemos que existem operações engatilhadas e prontas para acontecer. Elas vão acontecer e Rio de Janeiro vai ter, espero eu, uma sequência de boas notícias de combate ao crime organizado. Paulatinamente, não é mágica, não é rápido, vai se ampliar a sensação de segurança”.