A Procuradoria Geral da República vai investigar o envolvimento de políticos na greve de policiais militares deflagrada no final do mês de janeiro no estado da Bahia e mais tarde estendida para o Rio de Janeiro.
O procurador geral da República, Roberto Gurgel, já solicitou oficialmente ao governador baiano, Jaques Wagner, a remessa das gravações de conversas telefônicas interceptadas com autorização judicial entre policiais militares em greve.
Em Feira de Santana, políticos apoiaram abertamente a greve dos policiais militares oferecendo, inclusive, estrutura para a permanência de amotinados nas Companhias Independentes e no próprio Batalhão da PM.
Um deles, que fez questão de sair às ruas, foi o vereador Otávio Joel (sargento Joel). Além de arrecadar doações para os amotinados, o vereador ainda participou de passeatas no centro da cidade, incentivando o movimento.
Outros políticos também aparecem na lista de incentivadores. O ex-prefeito José Ronaldo de Carvalho, por exemplo, foi apontado como sendo o doador de parque infantil, sanitários químicos e toldos para os policiais em greve.
Segundo informações do MPF, na Bahia a Procuradoria da República já autuou uma notícia-crime para investigar o movimento grevista. De acordo com o MPF, os suspeitos podem ter cometido crimes previstos na Lei de Segurança Nacional.
Na lista estariam sabotagem contra instalações militares, meios e vias de transporte, tentativa de impedir o livre exercício do Poder Legislativo ao ocuparem a Assembleia Legislativa, exercer o controle de aeronave, embarcação ou veículo de transporte coletivo com emprego de violência ou grave ameaça à tripulação e incitar à prática de qualquer dos crimes previstos na Lei de Segurança Nacional.