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Sou de uma geração que via em Salvador a terra da felicidade e da criatividade por causa de gente como Gil, Caetano, Glauber, Jorge Amado, Verger, Bethânia, Gal, João Ubaldo, e por aí. Essa imagem de alegria e da descontração ficou por causa do majestoso Carnaval de rua. Mas é uma mentira --e a violência que se vê ali, depois da greve, é um retrato profundo.
Por razões familiares, vou com constância para Salvador e o que vejo é uma cidade cada vez mais decadente e violenta --vemos isso pelo lixo na rua e pelos indicadores de morte na periferia, além do aumento do roubo.
Mas o pior sinal, o mais trágico, é a gigantesca fuga de cérebro da cidade. São talentos da publicidade, da medicina, do marketing, das finanças, que vêm para São Paulo ou Rio. É gente simbolizada por tipos como Nizan Guanaes. Tire os baianos da publicidade paulista e tenta imaginar quantas empresas a menos teríamos --e quantos prêmios não viriam.
Com tantos talentos, São Paulo deveria pagar royalties para a Bahia. Recife para segurar seus talentos criou, por exemplo, o Porto Digital e passou a exportar software.
Os baianos que conheço, principalmente os que saíram, são muito mais duros com Salvador que eu estou sendo neste momento.
A boa notícia é que dá para reverter, como mostra o Rio, cada vez mais exuberante economicamente. Mas o êxodo de cérebros faz desse desafio quase uma missão impossível.
Gilberto Dimenstein – Folha de São Paulo – 07 de fevereiro de 2012
Em resposta ao texto do colunista Gilberto Dimenstein (Abaixo), acrescento algumas informações, vejamos:
AS REGIÕES METROPOLITANAS DO BRASIL É QUE SÃO UMA MENTIRA
- Concordo que Salvador e o Nordeste tem um problema crônico de má gestão e falta de recursos.
- Em parte porquê as receitas de ICMS do estado, estão todas concentradas em São Francisco do Conde – BA (Refinaria de Petróleo) com apenas 30 mil habitantes e Camaçari – BA (Pólo petroquímico e industrial) com 200 mil e Salvador com 3 milhões padece de recursos públicos, recebendo uma migração constante do interior do estado, em busca de serviços, emprego e renda.
- Prova disso que em 1980 tinha apenas 1 milhão de habitantes.
- O Rio de Janeiro está bem economicamente à custa de uma lei injusta de distribuição dos Royalties do Petróleo, que lhe concede quase 80% de tudo que é produzido, que passou batido no Congresso Nacional em 1980 e agora este mesmo colegiado tenta corrigir e os presidentes teimam em vetar.
- São Paulo sempre teve forte economicamente, quase 50% do PIB – Produto Interno Bruto, pois nunca deixou a Reforma Tributária passar no Congresso Nacional, pois repartição de ICMS assim, só no Brasil, nunca vai deixar federalizar e todas as industrias pagadoras de ICMS só se instalam lá, quando uma FORD vem pra cá é briga de outro mundo.
- Enfim, o colunista deve ampliar seu título, para “AS REGIÕES METROPOLITANAS DOS BRASIL SÃO UMA MENTIRA” aí concordo.
Antonio Pimentel – Consultor Governamental - 07 de fevereiro de 2012