Um ato público contra a corrupção, na tarde desta quarta-feira (12), reuniu uma multidão, em marcha que seguiu do Cristo da Barra até o bairro de Ondina, em Salvador. A mobilização, que aconteceu em várias capitais do país, contou com a participação de jovens, adultos e idosos.
O evento foi organizado pela Associação dos Magistrados da Bahia (AMAB), em parceria com diversas entidades da sociedade civil, como a secção Bahia da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA) e diretórios acadêmicos.
"Este é um momento importante e que mostra que há uma mobilização crescente em prol da honradez em nosso país. O ato é contra a corrupção em todos os níveis de poder e também na sociedade como um todo", afirmou a presidente da AMAB, Nartir Dantas Weber. Ela chamou a atenção para a forte participação dos jovens na caminhada, o que mostra uma conscientização crescente para os assuntos de interesse de toda a sociedade.
Além de magistrados, estudantes e advogados, a marcha contou com a participação de profissionais de áreas diversas e da população em geral. O sucesso do ato foi resultado de um movimento antes realizado através das redes sociais. Na marcha, faixas e cartazes pediam um basta aos escândalos e atos de corrupção. Os gritos conclamavam os cidadãos a fiscalizar e participar ativamente da luta por um país mais justo e sério. Hoje, também houve manifestações contra a corrupção em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Florianópolis.
BRASÍLIA
Manifestantes realizaram na manhã desta quarta-feira (12), pela segunda vez em Brasília, ato contra a corrupção. Com faixas, bandeiras do Brasil e caras pintadas, caminharam do Museu da República até o Palácio do Planalto com pedidos que vão desde a aplicação da Lei da Ficha Limpa nas eleições do ano que vem até a realização de concurso públicO.
A marcha, que teve sua primeira edição em 7 de setembro, reuniu cerca de 7.000 pessoas, segundo informações da Polícia Militar. No feriado do Dia da Independência, a PM contabilizou 40 mil manifestantes.
Jovens usaram novamente vassouras que haviam sido fincadas em frente ao Congresso para protestar. (Foto: Mario Ângelo/Sigmapress/AE)
Embora o foco da marcha desta vez tenha sido o fim do voto secreto nas votações do Congresso e a validação da Lei da Ficha Limpa para as eleições de 2012, muitos manifestantes aproveitaram para fazer reivindicações paralelas, como o aumento de salário para militares e a realização de mais concursos públicos.
A pedagoga Ivone Luzardo, presidente da União Nacional das Esposas de Militares, carregava uma faixa pedindo aumento salarial. "Se não tivesse tanta corrupção, a gente estaria melhor no orçamento", afirmou.
O publicitário Timóteo da Cunha levava uma faixa com versículos bíblicos com amigos da igreja. "Queremos pregar remissão e arrependimento dos políticos", disse. "A gente acredita na restauração da Igreja, que teve um papel político no passado, mas não está tendo esse papel hoje", afirmou o bancário Paulo Rezende.
Muitos manifestantes carregavam faixas com temas ligados ao Judiciário. Alguns pediam agilidade em processos judiciais. Outros se manifestavam a favor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), na ação que pode limitar os poderes do órgão e será julgada pelo Supremo Tribunal Federal.