Com o objetivo de aderir à mobilização nacional, a Associação dos Magistrados da Bahia (AMAB) promoverá, entre 14 e 19 horas do próximo dia 12 (feriado), o Ato Público Contra a Corrupção, saindo do bairro de Ondina em direção a Barra. Na ocasião, os participantes vestirão camisas pretas com os dizeres "magistrados indignados com a corrupção" na cor vermelha.
A intenção da AMAB é atrair, além de magistrados, estudantes e outros profissionais de Direito e áreas diversas. "Vamos nos unir em prol da civilidade, cidadania e consciência, para, assim, dar um basta na corrupção", salienta a juíza Márcia Lisboa, integrante da diretoria da AMAB.
No mesmo dia, também haverá manifestações contra a corrupção em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Florianópolis. Pessoas de todo país já se organizam através do Facebook, rede social onde são encontrados desabafos e declarações acerca do tema que move o evento.
"A inércia dos cidadãos aparenta comprovar que somos coniventes e que aceitamos essa atual condição em que se encontra a política brasileira, o que não é verdade. A manifestação e pressão popular surtem mais efeito do que imaginamos e por isso conclamamos a todos para tomarem as ruas. Vamos, levem a presença, faixas e o que quiserem. A rua é do povo e a política também", convida Patrick Fc, integrante da página "Ato Público Contra a Corrupção" no Facebook.
Corrupção existe, generalização não
Na última terça-feira (27), a Corregedora Nacional da Justiça, ministra Eliana Calmon, declarou que a magistratura "hoje está com gravíssimos problemas de infiltração de bandidos que estão escondidos atrás da toga", sem informar o quantitativo de processos julgados, definitivamente, neste sentido pela Corregedoria Geral.
Diante do ocorrido, a presidente da AMAB, Nartir Dantas Weber, divulgou uma nota de apoio ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), discordando do teor das palavras da ministra.
"Sem ao menos informar números acerca dos processos em curso, Eliana Calmon agravou a todos os magistrados em atividade e contribuiu para o desprestígio da magistratura como um todo, dada a desproporção entre as suas declarações e a realidade, posto que a magistratura brasileira é composta de homens e mulheres dignos e comprometidos que dão sustentação à ordem e ao Estado Democrático de Direito", pontuou Nartir Dantas Weber.