Direito

CENSURA: PUC SUSPENDE AULA PARA EVITAR FESTA DA MACONHA E HÁ PROTESTO

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| 16/09/2011 às 21:09
Estudantes protestam contra censura ao festival da cultura canábica
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A reitoria da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) suspendeu as atividades administrativas e acadêmicas desta sexta-feira (16) no campus Monte Alegre, no bairro de Perdizes, Zona Oeste de São Paulo. A medida foi tomada pelo reitor Dirceu de Mello após estudantes divulgarem a realização do 1º Festival de Cultura Canábica.

Por intermédio do ato nº 127/2011, publicado no portal de internet da PUC, o reitor proibiu a circulação de pessoas não autorizadas pelos edifícios Cardeal Motta e Bandeira de Mello. O reitor cita em sua decisão uma série de determinações que visam combater o consumo de álcool e drogas.

Dirceu de Mello alega que as festas nas noites de sexta-feira na PUC ganharam "proporções inadmissíveis" por causa do barulho, do "não dissimulado uso de bebidas alcoólicas e entorpecentes, afora outras condutas reprováveis".

Na noite desta sexta está marcado no local o 1º Festival da Cultura Canábica. Na rede social Facebook, mais de 6 mil pessoas haviam confirmado presença no evento.
 
PROTESTO

Cerca de 80 estudantes realizaram uma manifestação na tarde desta sexta-feira contra a decisão do reitor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Dirceu de Mello, de suspender as aulas e as atividades administrativas no campus Monte Alegre, em Perdizes, na capital paulista. Em nota, o reitor comunicou que o ato era uma forma de impedir que fosse realizado o 1º Festival da Cultura Canábica na universidade, evento para defender a legalização da maconha que estava sendo promovido por um grupo de alunos.

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O ato de protesto foi organizado em frente aos portões da universidade, que não teve acesso livre no dia de hoje. Apesar dos seguranças, a mobilização foi pacífica. Os alunos reclamaram da falta de "liberdade de expressão" e "repressão" da universidade.

Isadora Pena, estudante de Direito que participou da manifestação, afirma que mais pessoas eram esperadas no local. Contudo, por volta de 18h o movimento já havia diminuído. A estudante ressaltou que a organização do ato não tem relação com a organização do festival que estava previsto para ocorrer.

Após as falas que defendiam a legalização da maconha e a insatisfação dos alunos em relação à reitoria, os jovens estariam presenciando um momento de "caráter mais lúdico".

Decisão do reitor da PUC-SP
Em ato publicado na quinta-feira, o reitor disse que as festas nas noites de sexta-feira na universidade ganharam "proporções inadmissíveis", tanto pelo barulho e pela duração (se estendendo na madrugada), como também pelo "não dissimulado uso de bebidas alcoólicas e entorpecentes, afora outras condutas reprováveis".

O edifício Cardeal Motta (prédio sede), o edifício Bandeira de Mello (prédio novo) e o chamado "Corredor da Cardoso" da PUC-SP ficaram com os portões fechados durante todo o dia, sendo abertos somente para pessoas autorizadas pela reitoria.