Para o procurador-geral de Justiça, outra possibilidade que a atuação do Núcleo traz é a de que os policiais que se encontram hoje na posição de vigilância das carceragens fiquem liberados para o efetivo exercício das suas atividades de investigação, "algo que aumenta indiscutivelmente o grau de elucidação e resolutividade dos delitos da alçada da Polícia Judiciária". Ele ressaltou que o termo, que será assinado pelo MP, TJ,
Defensoria, OAB, SSP e SJCDH, na próxima sexta-feira (8), como primeira das atividades de continuidade da Agenda Bahia, "institui um mecanismo de ação importante que retira a Bahia de uma posição desfavorável nesse particular e a coloca numa posição pioneira em toda a federação, fazendo com que o gargalo da superlotação das cadeias seja superado". A parceria, complementou a presidente do TJ, "fortalecerá as ações, que, ao longo do ano, repercutirão positivamente nas delegacias".
Conforme explicou Geder Gomes, a partir da criação do Núcleo, a permanência de presos em flagrante, por longo período, nas delegacias já não será possível. O cidadão que assim for preso deverá ser encaminhado com o auto em flagrante para o Núcleo, onde será avaliada a necessidade de manutenção da prisão, informou Geder Gomes, acrescentando que, se a prisão for confirmada, o preso já ficará na cadeia pública, o que evitará o principal problema hoje enfrentado nas delegacias. A ação evitará também que muitos fiquem presos quando poderiam ser liberados de imediato, porque será avaliado o cabimento de fiança, liberdade provisória ou relaxamento da prisão. Ainda segundo o coordenador do Ceosp, no próximo dia 11, o MP, TJ e Defensoria darão início a um mutirão que fará um levantamento dos presos provisórios da Cadeia Pública e do Presídio Salvador para reavaliar os pedidos de prisão e reanalisar os processos necessários. A perspectiva, informou ele, é que no dia 30 de junho o trabalho seja concluído e mais vagas sejam garantidas na cadeia, de modo que, no dia 1º de julho, o Núcleo de Prisão em Flagrante possa iniciar sua atuação. Também participaram da reunião, o secretário de Segurança Pública, Maurício Telles; o chefe de gabinete da SJCDH, Aldovandro Modesto Chaves; os promotores de Justiça Cristiano Chaves, Antônio Luciano Assis e Davi Gallo; o juiz assessor da Presidência do TJ, Ricardo Schmitt; o juiz Cláudio Daltro; a defensora pública-geral, Maria Célia Padilha; o delegado-geral, Hélio Jorge Paixão, e o Adjunto, Bernardino Brito Filho.