Após dar provimento ao recurso interposto pelo Ministério Público estadual e reformar a sentença de sete anos e sete meses de prisão em regime semi-aberto pelo crime de atentado violento ao pudor cometido pelo pároco do município de Ichu, Djalma Brito Mota, a Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça o condenou a cumprir a pena em regime fechado, acrescendo-a em três anos e três meses em razão da confirmação da existência do crime de corrupção de menores.

O padre, que SE encontra foragido, foi denunciado pelos dois crimes pela promotora de Justiça Heline Esteves Alves, que o acusou, em 2006, de praticar "atos sexuais com diversos adolescentes do município".

De acordo com a promotora de Justiça, inquérito policial instaurado a pedido do MP em Ichu - município localizado a 181 Km de Salvador - constatou que 'padre Djalma' abusou, entre os anos de 2005 e 2006, de diversos adolescentes na própria casa paroquial.

Ele, afirma o inquérito, "aliciava menores, através de promessas de melhoria de vida, presentes e pagamento em dinheiro para obtenção de favores sexuais", sendo que, "praticou atentado violento ao pudor contra o menor J.L.S.", com o qual "os atos sexuais se iniciaram quando o menino tinha apenas 12 anos de idade".
 
Segundo Heline Alves, foi apurado também que o padre se utilizou da relação de emprego que mantinha com o adolescente J.O.C. para estabelecer relação sexual com ele.

A representante do MP informou que a Promotoria começou a apurar os fatos após receber uma carta anônima narrando os atos de pedofilia. Ela, após conversar com algumas vítimas, requisitou então instauração de inquérito policial para investigação dos fatos, e comprovou que o padre "aliciou diversos adolescentes da cidade para satisfação de sua lascívia e impulso sexual, incidindo reiteradamente no delito de corrupção de menores".

Na denúncia, a promotora de Justiça relata que, em 2005, o padre levou o adolescente J.N.S para realizar consulta médico-oftalmológica no município de Feira de Santana e, no trajeto de volta a Ichu, 'padre Djalma' trocou carícias com o menor. Um dia após a viagem, continua Heline, "o adolescente participou de orgia sexual com o acusado e com outro menor na casa paroquial, tendo a vítima recebido a quantia de R$ 10,00 pelo 'sexo a três' ".