Os atores brasileiros têm excepcionais desempenhos especialmente Marina Ruy Barbosa e Anselmo Vasconcelos
Seap Ocnarf , da redação em Salvador |
15/11/2025 às 19:47
Elenco de alta qualidade
Foto: DIV
True crime é um gênero de não ficção que narra casos criminais reais, detalhando os crimes, investigações e as pessoas envolvidas, sejam vítimas ou criminosos. A série Tremembé – a prisão dos famosos (Prime Vídeo) que faz imenso sucesso entre os brasis se acomoda nesse campo que se popularizou especialmente com a facilidade de acesso ao conteúdo em plataformas de streaming.
A Netiflix está repleto deaes, desde “Quem é JonBenét) - a miss mirim JonBenét Ramsey, de 6 anos, foi encontrada morta em sua própria casa; a Elize Matsunaga: Era uma Vez um Crime;T he Keepress, O Pesadelo Americano e outros.
O time de roteiristas de Tremembé,, incluindo o autor de true crime literário Ullisses Campbell e a também diretora Vera Egito produziu uma boa série (por enquanto 5 capítulos cada qual de 45 minutos) e, como era de se esperar, gerou (e ainda gera) muita polêmica.
Os personagens são bastantes conhecidos do inconsciente coletivo brasileiro como Suzane Von Richthofen (Marina Ruy Barbosa), Anna Carolina Jatobá (Bianca Comparato) e Elize Matsunaga (Carol Garcia) introduzidos com letreiros na tela.
Os demais também são expostos com esses letreiros, natural que assim seja, para que os telespectadores possam compreender melhor. Afinal o Brasil é imenso e nem todo mundo sabe (ou lembra) dos crimes praticados pelo médico Roger Addelmassih, condenado por abusar dezenas de pacientes em sua famosa clínica paulistana.
Na trama, vê-se a chegada de Suzane von Richthofen à Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, mais conhecida como Tremembé. Ela logo descobre que, para se proteger, precisará conquistar a confiança de Sandrão, mergulhando, assim, nas dinâmicas de poder que permeiam as celas e corredores.
Durante uma entrevista recente para o jornal O Globo, Ullisses Campbell, um dos roteiristas de Tremembé, rebateu as críticas que a série vem sofrendo de “romantizar o crime”.
“Brasileiro fica muito à vontade para consumir true crime americano: são assassinos que estão muito longe, do outro lado do mundo. Mas quando a gente vira a lente para nós mesmos, as pessoas reagem de forma negativa”, colocou.
“A gente joga luz sobre o processo de execução penal ao mostrar o que acontece com aquelas pessoas após elas entrarem na penitenciária. Os presos cumprem pena vivendo, comendo, trabalhando, transando, namorando, recebendo visitas. A série expõe presos como o Alexandre Nardoni, que recebeu uma sentença de 30 anos e saiu da penitenciária depois de cumprir um pouco mais da metade da pena”, colocou.
“A cena em que todos saem juntos para encontrar os familiares é um escárnio, porque aquelas pessoas não haviam cumprido nem metade da pena. A gente traz um olhar crítico, e isso está evidenciado. Mas as pessoas preferem repercutir só as polêmicas, como o Cristian Cravinhos de calcinha e a Elize Matsunaga passando receita de lombo de veado com molho de ervas”, acrescentou.
Os 5 episódios não parecem o suficiente para desenvolver personagens tão complexos. E no final deles (Suzane) interpretado por Marina Ruy com uma performance impecável, doce, serena, recebe uma pancada na cabeça de uma das detentas que a quer lhe matar, o que também sinalizada que mais episódios virão, uma vez que Suzane está solta, vende sandálias com pedras semi preciosas e vive com um médico.
Por lembranças, todos os atores dão shows de interpretação maravilhosa e a caracterização dos personagens principais muito mota, creio que o melhor deles de Anselmo Vasconcelos (Roger Abdelmassih).
Tremembé não tira a responsabilidade dos criminosos e deixa claro seu propósito de mostrar o que acontecia dentro do presídio dos famosos. Dizer que alguém aprenderá a cometer um crime apenas pela série é bobagem desses grupos da internet.
Agora, os debates sobre a série são inevitáveis e a imprensa, no dia a dia, vai pongando nos fatos e alongando-os, mostrando como essas pessoas estão hoje e assim por diante. Isso, creio, os roteiristas já esperavam.
Vi a série e gostei. E espero que cada qual tire a sua concepção. (SO)