Cultura

CASA DE CULTURA EDUARDO CABUS SERÁ INAUGURADA DIA 3 DE DEZEMBRO

Eduardo Cabus é ator, diretor teatral e cantor, reconhecido como um dos mais completos profissionais do teatro brasileiro. Desde a infância demonstrou vocação artística
DP ,  Salvador | 12/11/2025 às 18:57
Interior da casa que fica no Campo Grande
Foto: DIV

Salvador ganha, em dezembro, um novo espaço dedicado à arte, à formação e à celebração da cultura brasileira: a Casa de Cultura Eduardo Cabus, que será inaugurada no dia 3 de dezembro, às 19h, com um coquetel de abertura para convidados, artistas e parceiros da cena cultural.

Idealizada pelo ator e diretor teatral Eduardo Cabus, a Casa nasce como um ponto de encontro entre tradição e contemporaneidade — um espaço que acolhe o novo sem perder o vínculo com as raízes culturais da Bahia e do Brasil e abrigará uma programação eclética e com inclusão social.

Mais do que um centro cultural, o espaço é também uma escola de formação profissional nas artes cênicas, oferecendo cursos reconhecidos pelo Ministério da Educação, entre eles o Curso Técnico Profissional de Teatro e o Curso de Dublagem, ambos com possibilidade de registro oficial (DRT) para atuação profissional. A proposta une criação artística, formação e reflexão, estimulando novas gerações de artistas e ampliando o acesso à cultura.

Um espaço pensado para o fazer artístico

Instalada em um imóvel restaurado da década de 1940, localizado na Avenida Sete de Setembro, 1530, em frente ao Wish-Hotel da Bahia, a Casa de Cultura Eduardo Cabus combina elegância e funcionalidade, preservando a fachada original e adaptando o interior para oferecer conforto, acessibilidade e excelência técnica.

A estrutura foi cuidadosamente planejada para abrigar múltiplas expressões artísticas:

• Piso térreo: ampla recepção com galeria de arte e cafeteria aberta ao público, alunos e artistas. O espaço estreia com a exposição “Seis Artistas, Seis Estilos”, em homenagem ao mestre Presciliano Silva.
• Primeiro piso: espaço cênico com cabine técnica de som e iluminação, 50 poltronas de vime e cana da Índia, e uma exposição permanente de desenhos e xilogravuras de artistas baianos e radicados na Bahia. O ambiente presta homenagem a Nair e Genaro de Carvalho.
• Subsolo: camarim completo, com sala de repouso, sanitários e armários individuais, acessível pelo portal principal e por uma rampa lateral.

O projeto, apoiado pela plataforma Artistas Unidos, reforça o compromisso com produções que valorizam a estética contemporânea, o trabalho de direção e a força interpretativa do ator, estimulando a imaginação e o diálogo entre criadores e público.

Programação de Inauguração – Dezembro

No dia da sua inauguração, a Casa de Cultura Eduardo Cabus realiza também a abertura da sua primeira Exposição Coletiva de Pinturas, reunindo obras de Fernando Bernardes, Ney Costa, Antonio Figueiredo, Albano D’Ávila, Ronaldo Caramundo e Bruno Vandystadt. A mostra celebra a diversidade de estilos e expressões desses artistas, convidando o público a um mergulho sensível no universo das artes visuais. Os preços das pinturas estarão disponíveis sob consulta.

Programação de shows – Dezembro (sempre às 19h30)

5 e 6 de dezembro – ORÍ

Artista baiano, compositor e instrumentista, ORÍ abre a programação musical com o show “Oriundo do Brasil”, que mistura baião, ijexá e maracatu em um mergulho sonoro na ancestralidade afro-brasileira. Inspirado por suas pesquisas sobre cultura popular e espiritualidade, ORÍ propõe uma experiência sensorial e educativa, conectando arte e esperança. Reconhecido por participações no Carnaval de Salvador, Femadum e Sofar Sounds, o artista celebra a diversidade e a força das nossas raízes.

12 e 13 de dezembro – Beca Falcone

A cantora Beca Falcone, acompanhada pela violonista Jana Vasconcelos, apresenta o show “Bossa Bahia”, uma homenagem ao legado de João Gilberto e à sofisticação da Bossa Nova com sotaque baiano. Com mais de 15 anos de carreira e passagem pelo grupo Bossa from Bahia, Beca interpreta clássicos com elegância e autenticidade, reafirmando a universalidade da música brasileira.

19 e 20 de dezembro – Carolina Bandeira

Encerrando a programação do mês, a cantora e performer Carolina Bandeira apresenta o espetáculo “As Divas Brasileiras”, em tributo a Elza Soares, Maysa, Rita Lee e Gal Costa. Em formato intimista e teatral, Carolina revisita repertórios emblemáticos, resgatando a força e o legado de mulheres que moldaram a música brasileira. Nascida no Subúrbio Ferroviário de Salvador, a artista une voz potente, presença cênica e engajamento social, reafirmando o poder transformador da arte.

Uma casa para a arte e para a formação

A Casa de Cultura Eduardo Cabus surge como um espaço de criação, exibição e formação contínua, aberto a parcerias e projetos de grupos independentes. Além da programação artística, o espaço promoverá encenações teatrais, exposições, lançamentos de livros, palestras e encontros culturais, sempre priorizando produções de alta relevância estética e social.

“A palavra é contribuir — com a vida, com a sociedade, com o exemplo. Escutei muitos artistas lamentando o rumo da arte na Bahia e pensei: será que posso fazer algo? Não sei, mas estou tentando. Saber menos seria não tentar.”
— Eduardo Cabus

Sobre Eduardo Cabus

Eduardo Cabus, nascido em Salvador, é ator, diretor teatral e cantor, reconhecido como um dos mais completos profissionais do teatro brasileiro. Desde a infância demonstrou vocação artística — venceu seu primeiro concurso de canto aos sete anos e, aos oito, já integrava o grupo “As Jogralescas”, ao lado de Glauber Rocha.

Aos 12 anos, iniciou estudos de canto na Escola de Música Paulo Jatobá e participou do Grupo Experimental de Ópera. Aos 16, ingressou na Escola de Teatro da UFBA, onde se tornou professor assistente e, posteriormente, titular de Interpretação Teatral.

Com bolsas de estudo na Espanha, Portugal, Itália, Inglaterra e França, trabalhou com o renomado Roger Planchon, encenando obras de Kafka e Sylvia Orthof. Na Índia, dirigiu a montagem de O Cavalinho Azul — única peça brasileira encenada em Hindustani.

No Brasil, criou o Curso de Teatro da Universidade do Amazonas, fundou o Teatro Gamboa e dirigiu o Teatro Castro Alves, além de atuar na FUNARTE, no Rio de Janeiro, onde implantou o Curso Técnico Profissional de Teatro reconhecido pelo MEC.

Com mais de 40 montagens dirigidas, é defensor da centralidade do ator e de um teatro essencial, baseado na presença, na voz e na imaginação.

Seu lema sintetiza sua visão de arte e ofício:

“Não são os palcos que se adaptam aos artistas, são os artistas que se adaptam aos palcos.”