Cultura

CANTINHO DA BAHIA: SEBO ANANDA DA ARAÚJO PINHO, CANELA, MAIOR DE SSA

O que se procura acha no Sebo de Álvaro Abdon, Canela, Salvador, Rua Araújo pInho após o Campo Grande
Tasso Franco ,  Salvador | 26/04/2025 às 10:13
Álvaro Abdon, 60 anos, 35 vendendo livros usados
Foto: BJÁ
   O Cantinho da Bahia deste final de semana vai para o Sebo da Araújo Pinho, no Canela, o mais completo que existe na cidade do Salvador em banca de rua situado na entrada do bairro do Canela, logo após o Campo Grande, em frente a sede da Fundação Cultural do Estado (FUNCEB).

   Álvaro Abdon pilota o sebo há 35 anos desde que adquiriu o ponto cultural com a ajuda de amigos, seu labor, e uma profecia da estudante de jornalismo Ananda, a qual sensibilizada com o desejo de Adbon levou o assunto a sua avó, uma pessoa ligada ao povo de santo, que teria feito um trabalho para que o negócio fosse efetivado. E foi.

   Álvaro no reconhecimento a amizade e o favor da estudante colocou o nome da banca de Ananda, oficialmente ainda hoje é assim, porém, no dizer popular é a banca do Índio ou Sebo do Índio (nome que não gosta) ou Sebo do Canela (que admite ser mais conhecido e o melhor nome).

   Qual nome seja, o importante a destacar é que se trata do maior e mais especializado sebo de rua ou de banca de revista da cidade ainda que não venda mais revista e não é somente de banca uma vez que há um depósito de livros ao lado, repleto de publicações, e um outro depósito localizado no Canela onde o empresário coloca mais livros. 

   Ou seja, seu estoque nem ele sabe ao certo quantos milhares de livros existem e há publicações de toda natureza, desde temas voltados a psicologia, a enfermagem, a história, as artes, Bahia, espiritualidade, literatura clássica mundial, grandes e pequenos autores e assim por diante.

   O certo é que, quem vai ao Sebo do Canela não sai sem levar alguma publicação e os maiores clientes de Álvaro são da UFBA estudantes e professores que circulam por esse espaço além do público de uma forma geral que procura raridades e temas específicos.

   Alvaro contou ao BJÁ que sempre teve vontade de vender livros e hoje se considera um especialista, no bom sentido, de fazer indicações, de levar aos leitores obras que desejam.
 
   "É uma arte tanto no comprar como no vender. Adquirir um lote de livros usados de uma biblioteca que se findou de uma pessoa que morreu ou a familia não quer mais, representa ter conhecimento, pois, também estamos falando de um negócio e não se poder perder um investimento. Ademais, minhas vendas são avulsas, um de cada vez, e toda cautela é pouca", confessa.

   O Sebo da Araújo Pinho já foi em tempos idos, decada de 70, a banca Graúna de atividade cultural e depois pertenceu a um cidadão chamado Wilson de quem Alvaro e o sócio Xexéu adquiriram por um bom preço. Daí adquiriu a parte que era de Xexéu e se tornou único dono e empresário do ramo de livros usados.

   "É uma luta diária, aqui, em pé, todos os dias e há 35 anos, e eu chegando aos 60 anos de idade conhecendo muita gente da UFBA e muitos outros clientes cativos e agora mesmo estava conversando com um deles que me ajudou e me dava cheque em branco para eu adquirir livros e essa é a minha atividade que faço com imenso prazer".