Cultura

LISBOA, CAP 15: TASCA DO CHICO, CASA DE FADOS POPULAR NO BAIRRO ALTO

Fica localizada na Rua Diário de Noticias e tem fila de espera sempre. Portanto, faça reserva pelo fone 351 961 339 696
Tasso Franco , Lisboa | 08/06/2022 às 04:05
Felipa interpreta fado
Foto: BJÁ

Saímos bem alegres do "Retiro dos Sentidos" - imagino que tenha sido o vinho - e nos deslocamos para a "Tasca do Chico" - quase em frente ao Retiro - às 20h30min, como se britânicos fôssemos uma vez que esta é a hora marcada para iniciar o fado. 

      A "Tasca do Chico" no bairro Alto é uma casa de fado popular, em Lisboa, hoje, uma das mais badaladas. Não chega a ser um restaurante tradicional português nem tem essa pretensão. 

     Trata-se mais de um barzinho em ambiente pequeno, com bancos de madeira e mesas postas umas ao lado das outras - você pode fazer encosto com alguém que está atrás sem que conheça a pessoa - com apresentações de fadistas.

    No dia em que por lá estivemos - yo, mi nieta Luna e a señora Bião de Jesus - apresentaram-se Felipa e João Carlos - cantores de fado - com Rafael na guitarra portuguesa e Nácio no violão e petiscamos um chouriço com Cartuxa.

    - Quem assim falou foi a señora Bião de Jesus: quero o melhor dos vinhos de Portugal - e apontou o que desejava no cardápio básico da casa - um Cartuxa crianza do Alentejo que figura na lista dos 50 melhores da localidade.

    Minha nieta murmurou: - Estou sentido que minha tia vai ver Jesus nesta noite. 

    Fiquei com meus botões para não atrapalhar a alegria da madame que, a essa altura, Cartuxa posto à mesa misturava fados com tangos e enaltecia su querido Buenos Aires, mas dizia que andar pela capital da Argentina era preciso ter cuidado diante perigos.

    - Eu falei - minha nieta repetia - que a maldição da bota iria pegar ela. 

    Um hermano que estava ao lado protestou dizendo que Bueno Aires era um local de paz. O que la señora Bião também concordou pedindo desculpas ao gajo. 

    Caímos na risada. Felipa começou a cantar um fato depois que as 'violas' foram afinadas. Fez-se silêncio na tasca para ouvirmos a fadista, uma morena de cabelos negros, magra, arrebatadora.

    A "Tasca do Chico" fica situada na rua Diário de Notícias onde há outras casa de fado. 

    No Chico não se paga ingresso e a consumação mínima é de 10 euros. Por isso mesmo, o local é disputadíssimo, com fila na porta. Importante, portanto, fazer reserva antes de ir para lá. Caso contrário é tentar um lugar na fila de espera. 

   A casa só abre às 20h e os fados começam a ser tocados e cantados às 20h30min e vai até a madrugada. Portanto, tem um entra e sai de gente nos intervalos das cantorias.

   Em média, um fadista canta 3 a 5 músicas em ambiente com luz de boate e para 10 a 15 minutos quando as luzes se acendem e os garçons se movimentam.

   No momento da cantoria deve-se fazer silêncio e se você vai fotografar ou filmar desligue o flash. O vinho Cartuxa crianza que nos restaurantes tradicionais custa 50 a 60 euros no Chico vale 35 euros e o chouciço 10 euros.

   A noite foi alegre e divertidíssima. Não recordo a hora que saímos do Chico e creio que isso é de menos. Nas proximidades, no Largo Vaz de Camões, há táxis à vontade para retornar ao hotel. Foi o que fizemos.