Cultura

AOS, OLODUM DE DENTRO E AO OLODUM DE FORA, PARABÉNS! P/ MARCELO GENTIL

Marcelo Gentil – Compositor, historiador e Vice-presidente do Olodum

Marcelo Gentil , Salvador | 26/04/2022 às 19:29
Olodum 43 anos
Foto: BJÁ

 25 de abril de 2022 é uma data que enche de alegria e orgulho a todos nós, Olodum de dentro e os oloduns de fora - carinhosamente chamados de olodúnicos -, que têm hoje, 43 motivos para comemorar a história de uma instituição que renasceu das cinzas e se transformou em uma das mais reconhecidas marcas do Brasil no mundo.

 Neste momento, em que estamos sendo parabenizados, queremos parabenizar também, aos sete heróis da resistência - Carlos Alberto Conceição, Antônio Jorge Souza Almeida, Edson Santos da Cruz, Francisco Carlos Souza Almeida, Geraldo Miranda, José Carlos Conceição e José Luiz Souza Máximo - que criaram e dirigiram o Bloco Olodum, uma instituição que nasceu desacreditada e, para muitos, fadada ao insucesso.

 Ainda no início dos anos 80, uma pintura estampada na parede de um muro na Ladeira da Ordem Terceira de São Francisco, denominava o Bloco Olodum como “o instrumento cultural do Maciel-Pelourinho”. Aquele prenúncio, anos depois, realmente se concretizou. Mas não de maneira fácil. O Bloco Olodum não desfilou no carnaval de 1983. Como o Olodum preocupava-se apenas com o carnaval, aqueles abnegados dirigentes viram-seforçados a abrirem mão das suas missões. Aquele ato foi uma espécie de crônica de uma morte anunciada. E, de fato, o Bloco Olodum morreu.

​Ainda em 1983, outras personalidades que acreditavam na cultura e no carnaval como instrumento de transformação social se integraram ao Olodum, fazendo com que o bloco renascesse como uma fênix. De imediato e, sem esquecer-se da importância do carnaval, transformaram o bloco em Grupo Cultural Olodum. Foi criado o Projeto Rufar dos Tambores, mais tarde transformado em Escola Criativa Olodum. Nesta nova fase, o Olodum se tornou de fato, e de direito, uma organização do movimento negro brasileiro, comprometida com a luta antirracista, com os direitos humanos e com a luta pela valorização da comunidade e dos moradores do Maciel-Pelourinho.

​Por um acaso do destino, em 1987, surgiu a Banda Olodum, para mostrar com a sua própria voz e com os seus tambores “o que é que a Bahia tem” e o que tem o Pelourinho para oferecer musicalmente à Bahia, ao Brasil e ao mundo. 

​O Olodum transformou vidas, conceitos e o orgulho de ser do Pelourinho. Essa é só uma breve parte de nossa rica história e, por tudo isso... Parabéns, Olodum, pelos seus 43 anos de vida bem-vivida!

​Longa vida, trilhando o caminho da jornada do coração!