Nos primeiros 200 anos da cidade do Salvador o Campo Grande era uma área de pastagem e de passagem para a Vila Velha. Ou seja, saindo-se da cidade fortaleza, na porta Sul (Santa Luzia), na altura da atual praça Castro Alves pega-se o Caminho de Baixo (Rua Carlos Gomes) até o outeiro e dai seguia-se pelo atual corredor da Vitória e Ladeira do Conselho (Ladeira da Barra) até a vila (Porto da Barra).
Só em meados do século XIX é que o local passou a ser urabnizado e cortejado pelas famílias que iam deixando o centro histórico. O Monumento ao Dois de Julho foi inaugurado em 1895, nas comemorações dessa data, 23 anos após os primeiros estudos para a sua execução. De estética neoclássica, é um dos mais belos monumentos já construídos na América. Todo o conjunto foi esculpido, na Itália, em bronze, ferro fundido e mármore de Carrara.
Em meados do século XX se verticalizou com prédios de apartamento e ganhou o Teatro Castro Alves que é o mais importante de Salvador. O Campo Grande é local emblemático de protestos de toda natureza, de estudantis e luta das mulheres por mais espaço na sociedade. Já abrigou a residência do arcebispo Primaz do Brasil, hoje, o local ainda conservado e ao lado a Mansão dos Cardeais; e também o Hotel da Bahia, que foi o mais importante da cidade durante muitos anos, construido no governo de Octávio Mangabeira.
No Campo Grande comemora-se parte dos festejos a Indeéndência da Bahia uma guerra de cerco que houve na Província, em 1823.
MONUMENTO AO CABOCLO
De acordo com o "Guia Geográfico de Salvador" A história começou em 1872 quando o Presidente da Província Bahia nomeou o Barão de Cotegipe para dirigir os trabalhos para sua execução. A presidência dessa comissão foi assumida depois por Manoel Victorino.
Foi esculpido na Itália, pelo artista italiano Carlo Nicoliy Manfredi, vice-cônsul do Brasil, em Carrara. Outros artistas italianos também colaboraram. A montagem coube ao engenheiro Antonio Augusto Machado.
Tem 25,86 metros de altura e, na época, era o monumento mais alto da América do Sul. Sua coluna é de bronze, em estilo coríntio, sobre um pedestal de mármore de Carrara.
No topo, a escultura de um caboclo, com 4,1 metros, armado de lança e arco e flecha, representa a identidade do povo brasileiro que lutou pela Independência. Ele mata um dragão, seguro ao seus pés, que representa a tirania portuguesa. Esse tema foi o mesmo usado no antigo monumento ao Dois de Julho, instalado na Praça da Piedade, em 1856, atualmente, nos Aflitos.
Na parte alta do pedestal figuram, de um lado, a escultura de uma mulher representando a Bahia e, do outro, a escultura de Catarina Paraguaçu, com o lema Independência ou Morte, em seu escudo.
Em um patamar médio do pedestal, esculturas representam os rios São Francisco e Paraguaçu. Águias e leões compõem alegorias que representam liberdade e república.
Embaixo, oito candelabros, de sete metros, adaptados para iluminação a gás, são do artista italiano Giuseppe Michelucci (1834-1910), fundidos, em 1891, em Pistóia, na Itália.