Cultura

SALVADOR 473 ANOS: PÇA SE CHAMA PATERSON E DEVERIA SER CATARINA, GRAÇA

Terça-feira, 29, é a data do aniversário da cidade e dá tempo limpar
Tasso Franco , Salvador | 25/03/2022 às 09:04
Praça está repleta de matos e com defensas quebradas
Foto: BJÁ
     A praça ao lado da Igreja de Nossa Senhora da Graça, Salvador, fundada como capela por Diogo Álvares e Catarina Paraguaçu ainda na época da Vila Velha, erguida por volta de 1526/1527, chama-se John Ligertwood Paterson. 

  Em nosso ponto de vista deveria se chamar Catarina Paraguaçu, pois, ela morou neste local e se banhava numa fonte que tem mais embaixo quase no Vale do Canela. Ora se CMS trocou o nome da Av Ademar de Barros para professor Milton Santos nada mais justo do que fazer também essa troca.
 
  Evidente que o médico John Paterson merece todo respeito e admiração por seu trabalho na Faculdade de Medicina da Bahia e no combate a febre amarela, mas, sua ação na cidade deu-se em meados do século XIX enquanto Catarina Paraguaçu é a mulher mais importante da Bahia do período colonial, além de ser uma nativa tupinambá.
  
  A praça, na atualidade, véspera dos 473 anos de Salvador, está repleta de mato, defensas quebradas, pisos soltos e o monumento a Paterson não dá nem pra ler o que está escrito. Ainda faltam 4 dias para o anuiversário da city e dá tempo da Prefeitura mandar fazer uma limpeza no local, ajeitar o piso e reerguer as defensas, além de limpar a fonte onde Catarina se banhava.

  QUEM FOI DR PATERSON
 
  John Ligertwood Paterson (1820-1882) foi um dos precursores da medicina experimental no Brasil, no âmbito das moléstias tropicais, na segunda metade do século XIX, formando a notável Escola Tropicalista da Bahia.

   Paterson, nascido no condado de Aderbeen, na Escócia, em 14 de setembro de 1820, recebeu o título de Doutor em Medicina em 29 de abril de 1841. Chegando à cidade da Bahia em 1842, submeteu-se, na Faculdade de Medicina da Bahia, ao Terreiro de Jesus, a exame de suficiência e verificação de título, com aprovação em 07 de novembro de 1842.

  Notabilizou-se no combate à febre amarela e cólera- morbo, mormente pelo seu elevado
desprendimento em atender os mais carentes.

O MONUMENTO

 O monumento composto de cripta vazada, em granito, com nicho, dentro do qual se encontra um busto em mármore branco do Doutor John Ligertwood Paterson, assentado sobre pequeno pedestal.

  O nicho, formado por quatro arcadas é ladeado por 4 colunas de fuste liso, polido, do mesmo material que, sustenta a cripta. Sobre o nicho, na parte frontal, existe uma placa gravada com inscrições alusivas ao homenageado (ninguém consegue ler). 

  A cripta tem forma de arco gótico, encimada, por adorno. Na base, em forma de degraus distribuídos em três níveis, encontram-se fixadas quatro pias em granito polido, onde primitivamente pareciam existir elementos complementares, em forma de torneiras ou bicas, dos quais restam apenas os orifícios. No entablamento da parte frontal, encontra-se gravada em granito polido, a seguinte inscrição:

  "Memorial ao Dr. John Ligertwood Paterson em testemunho de amizade, estima e gratidão foi este monumento erigido pelo público neste local concedido pela Câmara Municipal da cidade da Bahia, sendo seu presidente o Dr. Augusto Ferreira França, da província o conselheiro Pedro Luís Pereira de Souza". O monumento foi restaurado em 2004. Hoje, precisando de outro restauro.