Cultura

SALVADOR 473 ANOS: MONUMENTO DA FUNDAÇÃO COM 17 AZULEJOS QUEBRADOS

Descaso com a cultura história da Bahia é público e notório
Tasso Franco ,  Salvador | 20/03/2022 às 07:49
Monumento abandonado e com 17 azulejos quebrados
Foto: BJÁ
  A cidade do Salvador completa 473 anos de fundada no próximo dia 29 e o monumento à fundação da cidade que marca a chegada da esquadra de Thomé de Souza ao Porto da Barra está com a parede encardida, musgos, mijo no piso, 17 azulejos quebrados faltando no lado direito do painel e algumas placas do piso também quebradas. 

  Ainda faltam 9 dias para o aniversário e dá tempo de consertar, pois, se o prefeito Bruno Reis aparecer por lá passará vergonha.

  Os baianos que por lá andam, com frequência, passam essa vergonha diariamente. Era de se esperar que o monumento tipo painel em azulejo, muito comum em Portugal, fosse ao menos bem conservado. Mas, o que se vê é desleixo. Paciência, isso é até uma coisa normal em Salvador. A estátua de Thomé de Souza em frente a Câmara Municipal está suja e repleta de coco de pombos e a fonte de Catarina Paraguaçu, a mãe do Brasil, no bairro da Graça, uma imundicie.

  O desprezo com a cultura local é público e notório. Ao menos, no dia do aniversário da cidade deveriam mandar limpar esses locais. Custa pouco e a cidade agradeceria penhoradamente.

  Esse marco da cidade - o painel de azulejos - representa o ponto onde a esquadra de Thomé de Souza chegou a Capitania da Bahia, em 29 de março de 1549, cinco naus e dois bergantins, com tropas e o mestre de obras Luis Dias para fundar a cidade fortaleza, sede do Governo Geral do Brasil. 

  Data importantíssima na história do país uma vez que representa a instalação de um governo central para colonizar o Brasil de vez, E, Salvador, até 1763 foi a sede deste governo quando perde essa posição para o Rio de Janeiro, em função da descoberta do ouro nas Gerais. Ou seja, Salvador foi a capital do Brtasil por mais de 200 anos e tem uma grande história ainda para contar porque muitos fatos ainda sequer foram pesquisados.

   Até hoje, por exemplo, ninguém sabe quem colocou o nome de Salvador na capital do Brasil e muito menos a origem de Diogo Alvares, o Caramuru, primeiro colonizador da área onde se situa o bairro da Graça local que ergueu com sua esposa Catarina Paraguaçu a primeira capela da localidade, onde ela está sepultada, hoje, um mosterinho beneditino.

  Esse é outro mistério pouco pesquisado: como foi que os beneditinos herdaram a sesmaria de Diogo Álvares e Catarina Paraguaçu no bairro da Graça até o Chama-Chame se eles tinha vários filhos. Coisas misteriosas da igreja católica, reconhecidamente sabidoria.  

  Há, portanto, inúmeros episódios a serem estudados e pesquisados em fontes primárias e secundárias. Muita documentação da cidade existe, inclusive na biblioteca do Mosteiro de São Bento. (TF)