Cultura

MORTE DE CACAU DO PANDEIRO DEIXA O SAMBA SEM TOCADOR CLÁSSICO DO COURO

Tocava sem maltratar o couro no estilo clássico, suave, delicado
Tasso Franco ,  Salvador | 13/02/2022 às 19:49
Cacau do Pandeiro, sem firulas
Foto: REP
     A morte de Carlos Lázaro da Cruz, conhecido por Cacau do Pandeiro, aos 93 anos, em Salvador, deixa a roda de samba de Salvador sem o músico pandeirista de estilo clássico, que não castigava o couro, nem dava pancadas e muito menos promovia firulas desnecessárias com o instrunentos.

  Tocava macio como se estivesse acariciando o instrumento que acabou incorporando ao seu apelido Cacau (derivado de Carlos) do Pandeiro. Em 2012, um dos seus amigos e parceiros da música chorinho, Edson Santos, de 'Os Ingênuos', com quem aprendi os primeiros acordes de bandolim em sua casa de Brotas, o qual tocava vioão de 7 cordas e adotou o instrumento no seu nome fantasia musical, Edson 7 Cordas.

  Edson morreu aos 71 anos de idade e 50 de carreira e Cacau aos 93 e 80 de carreira. Cacau nasceu em 11 de fevereiro de 1929, em Salvador, e autou em bailes carnavalescos quando havia orquestras e em blocos como Jacu, Barão, Internacionais. Dona Ivone Lara, Elza Soares e o saudoso Jamelão são alguns dos artistas famosos que já dividiram o palco com ele.

  Ainda nos anos de 1940, Cacau fundou a Orquestra Yemanjá e teve suas primeiras participações no grupo de choro, pioneiro na Bahia, “Os Ingênuos”. Lá, ele descobriria o pandeiro, instrumento que se tornaria, mais tarde, a sua marca registrada. Ainda fundou, juntamente com amigos, o bloco Lero-Lero, uma alternativa ao Bando Anunciador do Rio Vermelho, que depois se tornou a sua grande paixão.