Cultura

MUSEU EUGÊNIO TEIXEIRA LEAL, SALVADOR: COMO NASCEU O DINHEIRO NO MUNDO

Visitar o Museu Eugênio Teixeira Leal é também uma viagem à história da Bahia
Tasso Franco , Salvador | 08/02/2022 às 09:16
Óleo de Eugênio Teixeira Leal, numismata
Foto: BJÁ
     Visitar o Museu Eugênio Teixeira Leal, no Pelourinho, Salvador, é fazer uma viagem a história da Bahia e como os humanos criaram as moedas e as cédulas como valores monetários de troca, desde o Egito Antigo até os dias atuais.

  Há, neste museu, uma ala reservada a numismática - a ciência que estuda as moedas e medalhas - com coleção valiosa que foi organizada por Eugênio (1889/1974), diretor do Banco Econômico por 50 anos e colecionador. Em 1951, por ocasião dos 125º aniversário da antiga Caixa Econômica da Bahia - nome original do Econômico, que se situava na rua do Açoguinho, Pelourinho - ele criou o Museu Numismático, origem do atual Museu Eugênio Teixeira Leal.

  O memorial composto pelo Museu Eugênio Teixeira Legal, arquivo histórico, biblioteca, auditório e sala de vídeo foi inauguradoo em 1984, como uma das atividades celebrativas do aniversário de 150 anos do Banco Econômico, por Ângelo Calmon de Sá, em sobrado do século XIX, adquirido da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, sede inicial da Caixa Econômica da Bahia.

 Trata-se de uma Casa de Cultura e centro de documentação, estudos e pesquisas da história socioeconômica baiana através de seu acervo de fotografias, documentos, livros, mobiliários, pintura, moedas, medalhas, condecorações, placas, troféus, distintivos e selos, voltado à preservação da memória do Estado. 

 É administrado pela Fundação Econômico Miguel Calmon, cuja diretora atual é Eliene Dourado Bina, doutora em estudos de Patrimônio com especialização em Museologia.

 Seu acervo é de 9.233 peças - moedas, medalhas e condecorações nacionais e estrangeiras, medalhas militares, mobiliário, pinturas, placas, troféus, distintivos e selos. Suas coleções são de valor inestimável, em virtude das curiosidades, contexto histórico e preciosidades que possuem. O museu desenvolve, também, parcerias com outras instituições públicas e privadas, ONGs e grupos afins, para realização de atividades educativas, culturais e eventos.

  NUMISMÁTICO MAIS ANTIGO

  Há, ainda, o Museu Numismático Eugênio Teixeira Leal localizado no bairro do Comércio, na sede do antigo Econômico, contendo apenas as coleções de moedas e cédulas brasileiras, com 27 mil peças. No momento, encontra-se fechado.

  A idéia, segundo a diretora Eliene Bina é fazer uma reestruturação no museu do Pelourinho levando toda essa coleção antiga para o segundo andar do EGL e deslocando o administrativo para o 4º andar.

 "Trata-se, evidente, de um projeto grandioso e que necessita de um alto investimento, uma vez que estamos falando de milhares de peças a serem reordenadas e postas em expositões com toda a segurança", confessa. 

 Apaixonada pelo Museu, Eliene Bina (Leninha) diz que já conseguiu apresentar uma emenda parlamentar e tem fé na execução do projeto. Lembra, ainda, que o Teixeira Leal do Pelourinho possui a segunda maior coleção de condecorações portuguesas do Brasil.

 O Teixeira Legal - ainda de acordo com sua diretora - é um museu dinâmico, moderno, bem estruturado e que, além de suas exposições permanentes que podem ser vistas a custo zero por qualquer pessoa, há programas educativos e culturais fixos e sazonais, como um dele voltado para estudantes (diário com agendamento prévio) e os mensais "Moral da História" (infantil) e o "Cine Clube" (adultos) e mais o "Varal Cultural" de incentivo à leitura.

  Na visita que fizemos ao museu, recentemente, para embasar os artigos 16º e 17º do nosso livro "A Cadeira e o Algoritmo" - a convivência das novas tecnologias com as velhas -  fomos ciceroneados pela chefe do setor de Documentação e Pesquisas, Marcela Marthi, que nos mostrou, didaticamente, a expo em que vê-se o caminho do dinheiro desde a sua origem na Turquia e no Antigo Egito até os dias atuais, sobretudo o que se relaciona ao Brasil, com as moedas réis que circularam desde os primórdios da Colônia até os dias de hoje, com o Real. 

  No Eugênio é possivel ver-se a evolução desses padrões monetários desde a cunhagem artesanal das moedas a.C. e sua evolução, assim como das cédulas, as mudanças que aconteceram no Brasil desde a Colônia até os dias atuais, os diferentes talões de cheques, as primeiras máquinas de crédio e débito, os antigos terminais de consultas às contas já computadorizados e assim por diante. É uma viagem fantástica.

  *** Para ler os capítulos do nosso livro "A Cadeira e o Algoritmo" é só acessar o site de literatura Wattpad.com (é leitura gratuita).