Cultura

HISTÓRIA DOS BAIRROS DE SERRINHA: OS DEZ BECOS MAIS FAMOSOS DA CIDADE

Se você sabe (ou conhece) mais algum beco fineza informar
Tasso Franco , Salvador | 18/12/2021 às 11:45
Edmundo Bacelar, do Centro de Memória de Serrinha
Foto: BJÁ
     Na história dos bairros de Serrinha conseguimos catalogar ao menos 10 becos mais conhecidos da cidade com a ajuda do Centro de Memória de Serrinha, do benemérito Edmundo Bacelar. Sobre um deles, o mais famoso, Beco da Lama, já postamos uma matéria intitulada "Beco da Lama - a pequena rua mais charmosa de Serrinha", no último dia 4/11, editoria de Cultura - à disposição para quem quiser ler - e hoje citamos todos os outros becos. Se alguém tiver informações de outros fineza postar.

  Os dez becos mais conhecidos são os seguintes: 1 - Beco da Lama; 2 - Beco da Galinha Morta; 3 - Beco do Urubu; 4 - Beco sem nome; 5 - Beco da bosta; 6 - Beco do Cu Tapado; 7 - Beco do Fabrico de Lôro; 8- Beco do Valentino; 9 - Beco da 30 de Junho; 10 - Beco da Covid.

  UM POUCO DE CADA M DELES
  
  BECO DA LAMA - É o mais famoso e conhecido. Fica no centro da cidade e data dos primórdios da vila. Era eminentemente residencial e virou misto residências e comércio no momento em que se tornou um caminho entre a zona Oeste da cidade e o centro, usado por pessoas e por animais carregados de mercadorias que eram vendidas na feira da Luis Nogueira. Como o passar dos anos se tornou mais comercial do que residencial e na década de 1940 já era calçado. Hoje, é, eminentemente comercial e de serviços com lojas - a maioria - na área de informática. Abrigou, em determinada época, a mais famosa loja de tecidos da cidade, de Tuica.

  BECO DA GALINHA MORTA - Oficialmente é rua 15 de Novembro - uma ligação que vai da Leovigildo Ribeiro (na altura da antiga gráfica de Ernesto, A Vanguarda) até o fundo da residência do dr José Mota (na Campos Filho). O nome deriva de um local onde os feirantes jogavam galinhas que morriam durante a feira livre na cidade, aos sábados, na Luis Nogueira. Não tem nada a ver com beco de bozós embora Maninho pitor, em recente depoimento, disse que, certa ocasião, ao andar por esse beco com DêWilson, notório boêmico local, se depararam com um bozó onde havia uma garrafa de pinga. Resolveram, então, abrir a garrafa para um trago e quando o fizeram aconteceu um estrondo, como se fosse a lâmpada mágica do Aladim e sairam correndo.

  BECO DO URUBU - Se situa entre o Mercado de Arte Evoá Ferria e um supermercado, quase em frente a agência do Correios. Tem esse nome porque, antes do mercado de arte havia o mercado de carnes e os magarefes jogam carcaças no local atraindo os urubus. Houve um tempo em que a Prefeitura disse que transformaria esse beco num ponto de artes e shows, como o Beco da Energia, em Feira, aconteceram alguns eventos, mas, nunca mais. A cultura em Serrinha é menosprezada, todos sabemos.

  BECO SEM NOME - Segundo Edmundo Bacelar ficava no centro antigo da cidade onde hoje existe a loja de Luis das Bicicletas, numa área da Manoel Novaes.

  BECO DA BOSTA - O próprio nome já diz tudo. Populares usavam o local para urinar e soltar um 'barrinho'. Fiava atrás do posto fiscal da Manoel Novaes.

  BECO DO CU TAPADO - Era um caminho habitado para um campo de bola que existia na área hoje onde se situa a sede do Tiro de Guerra. Tinha esse nome porque era tapado de um lado na direção dos fundos da Bacelar & Bacelar, antiga loja de Serrinha que dava a testada para a Rua Direita.

  BECO DO FABRICO DE LÔRO - Ia do fabrico de Loro até o fundo onde hoje é o prédio da lotérica de José Gonçalves. Era também - em parte - residencial, mas muito usado por feirantes que trabalhavam no Largo da Federação e iam bebericar em Lôro e esperar o transporte para os povoados e Barrocas. Muitos escornavam no beco e deitavam no chão.

  BECO DO VALENTINO - Mais uma informação do Centro de Memória, por Edmundo Bacelar, que informa se tratava de um beco que exista entre a Igreja Batista 15 de Novembro e a casa de Edezuita Varjão.

  BECO DA 30 DE JUNHO - Pequeno beco que existia no fundo do prédio inicial da 30 de Junho onde está, na atualidade, a sede da Prefeitura.

  BECO DA COVID - Esse foi criado por mim no ano passado quando da pandemia da Covid. Publicava matérias no Bahia Já sobre a pandemia em várias localidades do Estado e minha sobrinha Liliana Franco, que é médica em Cruz das Almas, ficou admirada quando viu uma foto que postei de uma ligação entre a Jonas Carvalho e a Praça Miguel Carneiro na direção do Chama Supermercado repleta de gente. Ela então disse: - Vixe, vai morrer muita gente em Serrinha. Eu respondei: - Que nada, o povo já chama esse lugar de Beco da Covid.