Cultura

SERRINHA: FECHAR O COLÉGIO RUBEM NOGUEIRA É MATAR A CULTURA LOCAL (TF)

Proposta do governador é transferir prédio para a Prefeitura assim que for construído novo colégio
Tasso Franco , da redação em Salvador | 14/09/2021 às 10:17
Colégio Estadual Rubem Nogueira, 70 anos, em 2022
Foto: BJÁ
      O Colégio Estadual Rubem Nogueira é um ícone da cultura serrinhense. Fundado em 1952 com o nome de Colégio Estadual de Serrinha em projeto de lei organizado pelo deputado Rubem Nogueira vai completar 70 anos, em 2022. Por lá passaram várias gerações de estudantes e, quando fundado, o primeiro da região Nordeste em segundo grau, foi uma revolução no meio cultural e político local. Portanto, fechar um estabelecimento deste é um absurdo.

   A Escola Normal de Serinha foi fundada em 1956 e passou a funcionar no atual prédio da Av André Negreiros construido por José Rodrigues Nogueira em homenagem a sua esposa, Maria Augusta Carvalho Nogueira. O prédio foi doado para ser a ENS na condição de caso não sirva a esse propósito, seja devolvido à familia. Ou seja, se a SEC em 2022 construir a nova escola prometida por Rui Costa, ontem, durante a inauguração da Policlínica, o prédio não poderá ser repassado ao município.

   Em nossa opinião, o governador deve repensar essa proposta de construir um grande colégio para abrigar os alunos desses dois estabelecimentos, pois, ainda hoje, mesmo com alguns problemas atendem as comunidades escolares. O CERN, na atualidade, recebe investimentos de R$4.2 milhões na construção de um centro tecnológico e biblioteca - no local da antiga biblioteca municipal -, refeitório e melhoria em suas instalações elétricas, obras da SEC/Prefeitura de Salvador.

   Além disso, o Estado já investe num Complexo Poliesportivo na Av ACM, Cidade Nova, que o próprio governador disse que volta em Serrinha, janeiro de 2022, para inaugurar. Então, contemplará a comunidade escolar em esporte.

   Ora, na atualidade - e daqui pra frente - as novas tecnologias impostas no ensino on-line estão mostrando que os grandes colégios, com enormes instalações não serão mais o caminho para a educação, uma vez que as salas virtuais on-line ocuparão esses espaços. Hoje, já é assim, com aulas semi-presenciais no Estado da Bahia no segundo grau e nas faculdades. E nos colégios privados idem. No Dominus, de Teofilândia, os alunos tiverem a opção de voltar ou não a escola. Um grupo voltou e outro não e assiste aulas on-line.

   Assim está sendo no estado com as aulas semi-presenciais tendência que vai se aprofundar ainda mais com as novas tecnologias. E o Rubem Nogueira e a ENS já fazem isso. Por que então mudar ao invés de aperfeiçoar e aparelhar o que já existe.

   Ademais, esses dois colégios estão no centro da cidade e atendem de forma espacial (salvo os alunos da zona rural que usam transporte por ônibus) os alunos sem precisar uso de transporte. Repensa governador sua idéia que o estado evitaria gastar recursos num novo colégio e os alunos premaneceriam no centro. (TF)