Cultura

DICAS DO SERAMOV: O NOVO MUNDO EM QUE VIVEMOS E CONVERSA COM O GATO

Uma nova realidade se apresenta diante do homem e a nova forma de vida
Tasso Franco , da redação em Salvador | 25/07/2021 às 09:34
O gato e o diálogo com o man
Foto: BJÁ

O comentário que faço hoje é sobre o novo mundo, nova forma de viver. O que significa isso? Eu falei há 1 ano que nós estavamos enfrentando uma pandemia do coronavírus e as novas tecnologias avançavam à galope com a robótica e haveria muitas mudanças na sociedade mundial. 

         No Brasil as coisas sempre acontecem um pouco mais tarde e, na Bahia, especialmente, demoram ainda mais. O avança mais acentuado da robótica deveria acontecer de forma mais intensa lá pelo ano 2025/2030, mas a pandemia persiste, já estamos numa terceira onda, o Brasil com mais de 500 mil mortes, e essas mudanças chegaram de forma muito forte e não vão desaparecer. 

        Então nós (a sociedade) temos que nos acostumar com isso e participar desse processo de mudança que é muito grave. Milhões de empregos vão desaparecer no planeta e vão surgir outros, mas para isso é preciso de uma requalificação, que não estamos preparados. Temos 72 milhões de pessoas precisando de auxílio emergencial (apelidado de bolsa coronavac), por ai vocês tiram a profundidade desse problema. 

E o que nós estamos vendo? Que as mudanças estão chegando de uma forma quase paritária com o resto do mundo. O que está acontecendo nos Estados Unidos, na Europa, na Ásia, também já está acontecendo no Brasil. Um avanço extraordinário do e-commerce, o sistema de vídeo conferência funcionando para tudo, a internet tomando conta de todas as atividades. 
    
      Eu mesmo tenho problema coronariano e nunca tinha feito uma consulta on-line. Tenho que ir ao médico de quatro em quatro meses para fazer uma reavaliação, porque tenho 'stents' e tal e uso remédios de maneira contínua. Já fiz pela primeira vez uma consulta por vídeo-conferência. É quase igual, não tem muita diferença. E não sou eu só, tem milhões de pessoas fazendo isso. Até nas terapias em psicologia.
     
      Durante a pandemia as pessoas deixaram de ter medo de fazer compras online, no e-commerce. Hoje se compra  tudo. Esse ano o volume de vendas aumentou extraordinariamente e fará com que as lojas, as grandes lojas, as magazines, vão desaparecer. Ou vão se modificar, drasticamente. Aquelas empresas que não se especializarem e não tiverem trabalhando com as novas tecnologias sofrerão demais. Ou vão desaparecer ou vão ter que se modificar, se reinventar. 

      Agora mesmo, no Shopping Barra, perto da minha casa, em Salvador, uma loja que há dez anos, pelo tamanho da loja, tinha no mínimo 50 empregados, hoje opera com 10. Os caixas são mínimos. Você compra uma mercadoria e passa o seu cartão sem precisar ir ao caixa da loja. Todas as grandes (e médias) livrarias dos shoppings, em Salvador, fecharam as portas. Não souberam se atualizar. A Amazon vende livros on-line desde 1994.

     Essa é uma realidade cruel que já chegou - imaginei que chegasse um pouco mais tarde - mas já chegou e nós temos que participar desse processo porque quem não participar, quem não se reinventar, quem não usar as novas tecnologias está frito. 

     Recentemente, na Bahia, fechou uma fábrica de automóveis da Ford e foram perdidos cinco mil empregos numa cadeia produtiva enorme. Como é que vai recompor isso? É quase impossível recompor. Porque as pessoas tinham determinado tipo de trabalho e que não tem uma outra maneira de fazer, não tem outro lugar para ir e essas pessoas começam a ter problemas mentais. 

    Essa é outra questão que avança no mundo todo: a quantidade de pessoas que estão sofrendo com angústia, com depressão, com problemas mentais em função da pandemia e em função dessas novas tecnologias e da robótica que tá tomando lugar dessas pessoas, solapando seus empregos. Essa é uma realidade dolorosa e que chegou antes do que estava previsto e o Brasil não está se capacitando, não está trabalhando para que sua população possa acompanhar esse desenvolvimento. 

     Então, como faço em todos os programas,  vou dar as cinco dicas da mão espiritual do Seramov, as cinco Flechas douradas, para que vocês possam ter alguma orientação:

     A primeira delas: É preciso participar desse processo, se atualizar. Usar essas novas tecnologia, usar as redes da internet. Não ter medo de fazer isso. Não tem idade, qualquer idade, participar, se reciclar, procurar se atualizar porque não há retorno. Botar na sua cabeça que você tem que participar desse novo mundo. Não pode querer voltar ao que era. As relações sociais se modificaram e você tem participar desse processo. 

A segunda é cobrar das autoridades, ou cobrar da sua comunidade, da sua cidade, de seu estado, de seu país... que as autoridades governamentais forneçam as redes com qualidade. A nossa banda larga é uma vergonha. Trabalho em home office, toda semana a rede cai. Você reclama para as empresas de comunicação de dados e não dão a menor atenção. É uma esculhambação. 

       A Bahia (só lembrando) ficou mais de um ano sem aulas no ensino médio e nas universidades. E os governos demoraram de trabalhar as novas plataformas como deveriam. 

  A terceira dica: Você precisa trocar seu modo de vida. Aquela relação antiga de jogar dominó, de encontrar com os amigos, isso acabou por enquanto. E quando a pandemia passar vai demorar um pouco a restauração. Não vai ser daquela mesma maneira. Seu modo de vida será completamente diferente mas isso não significa que você deve ficar paralisado. 

     Olha, tenho mais de um ano e três meses que não vou ao cinema. Mas não deixo de ver filmes. Tô vendo na Netflix, estou vendo pela internet no YouTube. As empresas que têm grandes estruturas montadas para receber público, essas empresas estão sofrendo o pão que o diabo amassou, muitas vão quebrar e as grandes lojas se não se modificarem também vão quebrar. 

      Essa é a realidade nova. Esse é o tipo de vida que nós vamos ter daqui para frente. Não se iludam e modifiquem seus comportamentos. 

A quarta dica, é preciso ter cuidado com a saúde mental. O isolamento, essas mudanças radicais, estão produzindo problemas de solidão, de angústia, de desespero, de depressão (já chamada de doença do século) e outros. 

     E é muito difícil, para uma pessoa de média idade, quando perde um emprego, quando dessestrutura um relacionamento de trabalho, conseguir recuperar. Esse é um problema muito grave que já esta acontecendo. Você vê o exemplo da Ford: como é que essas pessoas que perderam o emprego vão se realinhar no trabalho se não tem novas fábricas no modelo Ford? O carro será elétrico, será voador.

    E a quinta e última dica: Estamos diante de um novo começo, de um renascimento. Um renascimento do ponto de vista de ressurreição da psique. É um renascimento do modo vida do homem, no modo de ser (eu e o outro), no comportamento das pessoas.  No transporte, na educação, no trabalho, na saúde. 

    Hoje é uma realidade trabalhar em casa, no 'home office', e isso é uma mudança significativa. Milhões de pessoas estão fazendo isso conectadas ao mundo e ao mesmo tempo isoladas. Dá pra sentir o drama? Você fala diretamente com Paris, com Valencia, na Espanha, com Londres, e dentro de casa conversa somente com seu gato, uma semana, um mês. É uma piração. 

    E, pra não pirar, mexa-se, busque alternativas, ande, dance, respire, toque, namore e converse com seu gato.