Cultura

ASSASSINATO DE JOVEM GAY DE ORIGEM BRASILEIRA INCENDEIA A ESPANHA

Com informações de La Voz de Galícia
Tasso Franco , da redação em Salvador | 06/07/2021 às 12:38
Protestos em várias cidades da Espanha
Foto: La oz de Galizia
   Eles atuaram em bandos. Sete contra um. E com a vítima no chão, eles chutaram e esmurraram todo o corpo enquanto gritavam "seu viado de merda", segundo testemunhas. A surra não durou muito mais que um minuto, mas foi tão brutal que Samuel foi mortalmente ferido. Eles tentaram reanimá-lo no mesmo local dos eventos por duas horas, mas nada pôde ser feito.

   Desde então, a Polícia Nacional não parou de procurar os agressores, que acabaram identificando e recebendo depoimentos deles no quartel Lonzas como testemunhas; portanto, sem a presença de um advogado, não são tecnicamente considerados detidos. 

  Os pesquisadores tentaram fazer com que contassem qual foi a participação de cada um deles. E assim que os ouviram, verificaram as câmeras de segurança na área. Já não é o dos estabelecimentos vizinhos, também os do trânsito, que são vários à beira-mar. Alguns dos vídeos mostram claramente a surra. Eles não apenas identificaram os sete que supostamente mataram Samuel, mas também seis outros que os acompanharam, mas que não participaram do ataque.

Entre o que os declarantes disseram ou não quiseram contar e o que se viu nas gravações, os agentes da brigada da Polícia Judiciária que estão a tratar do caso desenvolveram o seu trabalho no sentido de averiguar o que aconteceu e qual o papel de cada um dos envolvidos.

Aquele que começou tudo

Dos identificados, o mais destacado é quem deu início a tudo, visto que foi reconhecido por várias testemunhas nas gravações que lhes foram feitas. Este é aquele que se dirigiu a Samuel e seu amigo quando eles estavam nas proximidades do Playa Club. Ele pensou que eles estavam gravando e deu um soco forte e depois continuou batendo até que um jovem de origem africana se intrometeu e conseguiu se livrar dele.

“Presume-se que ao perceber que sozinho não poderia continuar batendo nele, ele foi procurar seus amigos para, entre todos, continuar a agressão”, disse um dos amigos de Samuel nesta segunda-feira. É uma suposição, mas coincide com a teoria de que a polícia está lidando no momento.

O que aconteceu a seguir e o grau de participação na batida final, a cerca de 200 metros da primeira colisão, foi registado e é conhecido por um grupo de jovens que passava pela zona. O depoimento deles é fundamental e alguns já falaram com a polícia. Mas pode ter mais gente que presenciou o homicídio, porque naquela época muita gente estava passando pela área.