Veja as dicas do Seramov para ser saudável na época de velhice
Tasso Franco , da redação em Salvador |
29/05/2021 às 10:40
Seramov se exercita
Foto: BJÁ
A velhice é um tema que interessa a todas as pessoas. Aos velhos, aos idosos como eu; e no Brasil já somos 40 milhões, as pessoas de média idade e aos jovens porque todo mundo vai ter que passar pela fase da velhice. Salvo aqueles que por algum motivo, uma doença, um acidente, tenham ficado pelo meio do caminho. Mas todo mundo vai ter que encarar a velhice.
É uma fase normal da vida com suas peculiaridades. Há um ditado francês que diz o seguinte: “Se a juventude soubesse, se a velhice pudesse”. Sábio. Na juventude as pessoas se atiram, se entregam mas ainda não compreendem o sentido da vida. E na velhice quando já compreendem a riqueza da vida, com todos os momentos que passou não pode fazer muita coisa. Esse é um ditado muito interessante.
Os psicanalistas dizem que a vida é dividida em quatro fases. Eu posso citar o Carl Gustav Jung que enumerou a vida com a fase da infância, que é a do inconsciente e que as crianças dão trabalho aos pais por essa inconsciência; a segunda fase que é a da juventude, que vai dos 15 até os 30 e poucos anos 35 anos; é a fase da rebeldia, de se atirar, de fazer conquistas.
Depois, vem a fase adulta, a fase de amadurecimento que vai de 35 até 70 anos 75 anos, depende de cada país. É uma fase de percalços, de suparações, da depressão, de afirmação, de trabalho, de conquistas; e finalmente a fase da velhice que vai de 75 até 100 anos ou um pouco mais, a depender de cada país.
No Brasil a idade média de expectativa de vida, hoje, para os homens é de 73 anos; para as mulheres, 80 anos. Na Itália só se considera uma pessoa idosa partir de 75 anos. No Japão um pouco mais acima. Há uma quantidade enorme de japoneses que tem mais de 100 anos de idade e não estão numa cama e nem em hospital. Estão nos parques, nos cinemas, nos teatros, nos mercados, no metrô, nas praças e têm uma vida normal. Claro, dentro das suas limitações físicas, o que é absolutamente compreensível.
Jung faz um comparativo da vida do homem com o sol. O sol quando amanhece ele ilumina o planeta, a Terra, depois tem aquela fase de brilho intenso ao meio-dia, às duas horas da tarde, muito brilho, muita intensidade de luz e a tarde ele vai para o ocaso, ele vai dormir. E aí chega a escuridão, chega a noite. A vida é assim também segundo ele. Tem a fase densa da vida, tem a fase de início da vida, tem a fase de intensidade da vida e depois tem a fase da velhice.
Ele diz o seguinte “a velhice não é uma fase de expansão, e sim de retração”. Não adianta agora eu querer por exemplo ser um halterofilista, pegar peso pesado. Não da mais. Ou eu querer atravessar o Canal da Mancha nadando. Então, nós estamos na fase de retração. A velhice é uma fase de retração e vocês têm que ter muito cuidado com isso. E trabalhar essa coisa com a sua cabeça no lugar; e não achar que a velhice seja uma coisa absurda, anormal.
Admite Jung que para que o homem compreenda a essência da vida, isso só vai acontecer partir dos 80 anos de idade, o saber da vida, a arte de viver. Olha só, é preciso muito amadurecimento, muito conhecimento para você saber essa arte de viver.
E agora vou dar 5 dicas das mãos de Seramov, as cinco flechas douradas da mão de Seramov para vocês, para que vocês tenham uma orientação, para que vocês possam compreender e a atuar nessa fase da vida.
1. A primeira delas está relacionada com a alimentação. Chegou o momento da comidinha light, das frutas, das verduras, dos sucos. Claro, eu posso comer uma feijoada, posso também comer uma moqueca de peixe de vez em quando, com moderação, mas no normal eu tenho que trabalhar minha alimentação de maneira dosada, de maneira light.
2. A segunda dica é sobre bebidas alcoólicas. Toda hora a gente vê na televisão a frase beba com moderação. Isso serve para jovens, adultos e velhos. Muita gente gosta de um wiskinho, uma cerveja, um drink. Meus amigos todos gostam, eu também gosto e tomo uma tacinha de vinho, meu wiskinho. A Rainha Elizabeth II tem 96 anos e dizem que toma todo dia uma taça de gin. Então a bebida não faz mal. Só depois de velho vim saber que o coração gosta de água, não sabia disso. Aí botei dois stents. O médico disse "beba muita água, o coração adora água”. Beber pelo menos 2 litros de água todos os dias meu amigo, não faz mal nenhum.
3. A terceira dica é que embora nós estejamos na fase da retração, não podemos descuidar da parte física, da musculação. Manter o que você tem, essa força que você tem. Claro que você não vai ser um atleta para ir a Olimpíada de Tóquio, mas fazer pilates, fazer um outro tipo de exercício, natação, jogar um tênis e tem que fazer atividades física permanentes. Andar, não tem nada melhor do que andar, fazer cooper. Não precisa correr, só andar todo dia 3, 4 km, uma maravilha e beber água.
4. A quarta dica é a psíquica, cuidar da psiqué, da cabeça. Não adianta você tá com a cabeça embaralhada e ficar fazendo atividade física. Primeiro tem que cuidar da cabeça tá com a cabeça no lugar. A velhice não é mais tempo de se apaixonar por mulher (homem), por times de futebol, por religião. É a época que você está zen. As famílias adoram conversar “olha, fulado de tal é isso, fulano de tal é aquilo, bê bê bê, ba ba bao” Saia dessa, pule fora disso, seja zen. Você vai ficar bem melhor.
5. E a quinta e última dica é você ter uma atividade laboral quer seja manual, um artesanato ou uma outra coisa, ou intelectual. Eu mesmo escrevo, sou escritor, escrevo todos os dias, tenho uma disciplina, tenho meu site, atualizo também todos os dias; toco bandolim e ocupo minha mente com uma atividade laboral. José Saramago escreveu até a hora de morrer, Jorge Amado aqui na Bahia também. Então, tenham uma atividade laboral, qualquer que seja ocupe a sua mente.
