Cultura

ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA: 13 DE MAIO 1888, DATA RIFADA PELOS RADICAIS

Uma data importante na história do Brasil tida como de mentirinha
Tasso Franco , da redação em Salvador | 13/05/2021 às 09:52
Princesa Isabel, a redentoda
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   Por que não se comemora mais o 13 de maio de 1888, a data da abolição da escravatura no Brasil?

  Porque os fundamentalistas não deixam e impuseram que esta data tão importante na história do Brasil foi de mentirinha e a princesa Isabel, ao assinar a lei, teria feito sem saber o que estava fazendo e praticou-se uma falsa abolição. Ninguém quer discutir o momento, nem o movimento abolicionista. Na verdade, a abolição foi um longo processo e a princesa Isabel representava a autoridade da época. Alguém, obviamente, teria que assinar a lei.
   
Os movimentos políticos da segunda metade do século XIX no Brasil, especialmente a causa escravagista marcou a queda da monarquia. Não foi pouca coisa. Deu-se a mudança de um regime imperial para republicano. Mas, hojes, os movimentos negros radicais, não querem nem saber disso, discutir essas questões macro.

Os grandes fazendeiros do Centro Sul (SP, Minas e Rio) atrasaram a abolição o quanto puderam, não por culpa do Império, pois a família imperial tinha posições bastante contrárias a tal regime trabalhista, demonstrando várias iniciativas em favor da abolição. Porém, a Monarquia Brasileira não era absolutista, mas parlamentarista e o Parlamento era dominado pelos ricos. Daí que houve uma luta de muitas décadas. Mas, para muitos, nada disso vale.
     
MOVIMENTO NEGRO

Nesta quinta (13), às 15h, organizações do movimento negro, centrais sindicais e partidos de esquerda irão realizar ato nacional contra a ‘falsa abolição’: justiça para Yan e Bruno e comunidade do Jacarezinho. A ação acontece no dia em que a Abolição da Escravidão no Brasil completa 133 anos e tem as seguintes bandeiras de lutas: Por uma nova política de segurança.

O protesto será na frente do supermercado Atakarejo Pernambués, em frente à Estação de Metrô Pernambués, Salvador, para pedir justiça para Bruno e Yan, executados no dia 26 de abril, após ser entregues pelo gerente do estabelecimento ao tráfico, para serem torturados e mortos, por um suposto assalto ao estabelecimento, e a execução das mais de 28 vítimas da Comunidade de Jacarezinho pela polícia do Rio de Janeiro.  

Para os idealizadores, os assassinatos são a prova de que o “Estado brasileiro aprisionou o povo negro a uma situação ainda mais vulnerável socialmente, após a abolição”. O grupo apresenta dados que mostram que a população negra é que mais sofre com as desigualdades sociais, a violência oriunda do racismo institucional, e mortes por COVID-19. De acordo com pesquisas recentes, 74% dos homicídios no Brasil foram de pessoas negras e 79% dos mortos pela polícia também eram pessoas negras.

Participam do  ato Operativa Estadual da Convergência Negra/Bahia, Círculo Palmarino, África900 - Centro de Referência Política, Movimento Negro Unificado – MNU, União de Negras e Negros Pela Igualdade – Unegro, Coletivo de Entidades Negras – CEN, Coordenação Nacional de Entidades Negras – CONEN, Agentes da Pastoral Negros – APNS, Instituto Reparação, Associação dos Moradores de Itapuã, Democracia Tricolor, Coletivo Resistencia Preta, Central Única dos Trabalhadores – CUT, Central dos Trabalhadores e trabalhadoras Brasileiros – CTB, União Geral dos Trabalhadores – UGT, Partido Comunista do Brasil – PcdoB, Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Socialismo e Liberdade – Psol e Bancada do Feijão, entre outras entidades, deputados estaduais, federais e vereadores de Salvador.