Cultura

A PROMETIDA DE ZORTH (FINAL): ANNA É DEGOLADA NO PARQUE IBIRAPUERA

Júlia fica viúva e volta ao parque 1 mês depois causando tesão em mans. Este é o fim da história.
Tasso Franco , da redação em Salvador | 01/05/2021 às 07:33
Anna é degolada
Foto: Seramov
     O jornalista Tasso Franco publicou neste sábado, 1º de maio, o último capítulo do seu novo livro "A Prometida de Zorth - o alfa supremo - no aplicativo wattpad. Veja abaixo e todos os demais capítulos no Wattpad.

                                                             CAPITULO 33

 
                                        ANNA É DEGOLADA NO PARQUE IBIRAPUERA E JÚLIA FICA VIÚVA

                                                                                      
   E assim agiu Zorth. Ligou para Jitã, o alfa da Guarulhos e contou-lhe o ocorrido. Que uma putinha sua, predileta, a qual transformara em loba ômega, que deu essa autorização, que participou do ritual, tinha conquistado o coração de uma outra putinha loba e esta aceitou, o que era uma traição a sua autoridade. O pedido era para que localizasse as duas e as degolasse.

   Jitã fala:

   - Rapaz, deixa de bobagem. Vai uma vem outra. A fila anda. Você é um rei fica se metendo com o baixo clero.

    - Minha autoridade não pode ser contestada na alcateia. Vão dizer nos bastidores que levei ponta. Posso até perdoar a ômega olhos de esmeralda, mas a boca de rosa, não. Quero o pescoço.

   - Que porra é essa de boca de rosa, bro?

   - A cachorra tem o poder de transformar os lábios em vários modelos de rosas da Colômbia e atrair e enfeitiçar qualquer humano.

   - Hum! Você sabe onde elas moram?

   - Não tenho a menor ideia. Viajaram sem me avisar nada.

   - Tenho que consultar a bruxa Ofrenzia que, das que conheço, é a mais eficiente no feitiço da localização. Tem custo véi. A mestra cobra caro. É a preferida de gente importante da pauliceia.

   - Porra, vê quanto ela cobra e opera o serviço.

   - Vou entrar em campo.

                                                                  ****

   Jitã procurou Ofrenzia, ela cobrou uma baba, anotou as características do casal e disse que dentro de 15 dias, no máximo daria o resultado.

  - Vou lhe dar a metade do capilé agora e o restante quando o serviço for feito, disse Jitã.

  - Aqui não tem esse negócio. É efetivo, ao vivo, todo. Se tá com desconfiança procure outra pra v perder seu dinheiro e não ter resultado positivo.

   Jitã desembolsou a gaita. Ofrenzia colocou o pacote de verdinhas numa gaveta e ainda flertou com o alfa de Guarulhos: - Vai tezudinho que lhe envio notícias.

   Treze dias depois, Ofrenzina passou o endereço das meninas para ele.

   - Segue endereço dos anjinhos, das pombinhas, rua Ambrosina, 43, apt 31, Vila Madalena. Agora ponha sua matilha na rua e investigue o que queres. Passe bem.

    Jitã destacou dois farejadores dos melhores que tinha.

   Em mais 30 dias estava sabendo de tudo, onde trabalhavam, onde moravam, qual supermercado faziam compras, os passeios pelos parques e museus, toda a rotina do casal.

  Jitã se comunica com Zorth pelo celular:

   - Tá na mão. Já sabemos a rotina das cadelinhas.

 - Então, executa a fase 2.

  - Beleza, irmão, vamos entrar em campo. A espera de uma boa lua, uma visita delas ao parque e pimba, cheque mate.

   Anna e Júlia seguiam sua rotina no trabalho, no love, nos planos de adquirirem um imóvel na Madalena, bairro que adoravam pela muvuca, pelos jovens nos barzinhos, todos planos bacanas de longa vida e amor eterno. Estavam casadas e felizes.

   Num domingo foram andar no Ibirapuera. Na bag levavam lanche para depois do cooper uma relaxada na grama, um suco e um petisco.

  Anna tinha preparado sanduiches com pães naturais e presunto de Parma com cenoura picada. Dia lindo, love dos loves, mãos entrelaçadas a passear no parque. Depois, a corrida, os exercícios de alongamentos, os funcionais, ufa! O relax.

    A lua era visível. Lua de dia, estranho. Mas acontece. Elas saudaram a mãe Luna.

   A tarde foi chegando e o tempo deu uma virada de escurecer o céu, nuvens densas rondavam o parque, chuva, trovões, raios, as duas correram para um quiosque, uma chopaninha na beira do lago.

    Entre um ronco do trovão e outro, um crina gigante rosnou tão alto quanto as mobílias do céu se chocando e atacou o casal.

   Anna ainda tentou se transformar, rapidamente, mas, as garras do bárbaro já haviam cortado seu pescoço jorrando sangue para todo lado. Júlia se transformou e como era rápida como um Boeing se afastou do local como um foguete e foi parar no Pacaembu.

   Não acreditava no que presenciara. Seguiu direto para casa, chocada, abalada, não tinha coragem de voltar ao Ibirapuera. Sua cabeça não dava para pensar em nada.

   Quando chegou na Madalena, esbaforida, nervosa, tomou um calmante, ligou a rádio Tupinambá, que era especialista em notícias da Polícia e o locutor Berraz informava que a Polícia havia encontrado uma jovem degolada no Ibirapuera.

   - Serviço concluído, ligou Jitã para Zorth.

   - Fico lhe devendo essa, irmão, gracias, gracias, falando de casa no aconchego do seu lar.

                                                              *****

   A noite no jornal da TV a notícia era dada em todos os canais. O repórter Sandoval da Rede 44 falava sobre o crime ouvindo o coronel Pantuel e este falando que, nos seus mais de 25 anos de Polícia nunca vira nada igual, inclusive a guarnição estava reforçando o policiamento no parque, pois, havia suspeita de que o crime fora praticado por um lobisomem.

   Dia seguinte, aconteceu a parte formal, Júlia providenciando o sepultamento e prestando depoimento na 489 DP afirmando que as duas estavam no quiosque quando um raio caiu do céu e matou sua colega.

  O delegado ainda questionou que raio não corta pescoço daquela forma, se ela não tinha visto algum lobisomem no parque, como ela conseguiu escapar, uma série de perguntas que Júlia respondeu com nervosismo, negando a presença de um lubi, dizendo que fugiu dos raios correndo e não tinha visto detalhes, estava confusa, psicologicamente abalada.

   A imprensa repercutiu o que pode e o crime ficou conhecido como a “a baianinha degolada por um lubi no Ibirapuera", repercussão nacional.               

                                                                     ****

   Na segunda, nariz de árabe, servia o lanche matinal ao chefe Zorth e estava encabulada com o crime da baianinha que vira no Esfera Nacional. Pigarreou ao servir o chá ao chefe vendo-o sorridente numa manhã de segunda-feira:

   - Estás alegre comandante. Eu estou sentida. Acho que conhecia essa baianinha do crime do Ibirapuera que saiu na TV. O senhor viu?

   - Que sirva de lição disse tomando o chá com goles lentos devolvendo a xícara vazia a auxiliar.

   Nariz pôs o copo sobre a bandeja com a mão tremendo de medo.

   - Tá bufando putinha. Melhor levar a xícara do que sua cabeça.

   Kaline saiu do escritório do chefe e desceu as escadas voando.

   Theo ficou sabendo da morte de Anna por Koosa.

   Tis tava numa balada no pub da Estação com uma das trenks e os minos lindos, nem tchum quando foi informada da morte de Anna.

    O blog da Zul deu destaque a notícia, diz-se que a mando de Zorth, destacando que uma traidora tinha sido degolada em Sampa.

   Zaram não quis tomar conhecimento e ninava seu bebê.

   Kaline e Kalila fizeram juras de que seriam fiéis ao rei e a rainha até a hora de morta, natural que fosse.

   A viúva Ruiva dengou o poeta Serafim com uma grana para ele não escrever um cordel sobre o caso, o que seria uma concorrência para ela.  

O anão Piko fofocava nas rodas de samba com alegria dizendo “toma, foi pouco”.

  A bruxa Conegundes se fechou em copas. Nada falava sobre o caso.

   Júlia compareceu a missa de sétimo dia, orou pela defunta e voltou a sua vida normal. Tinha um monte de coisas na cabeça, mas, lembrava do que a Conegundes lhe dissera: rei é rei, serva é serva. 

    Um mês depois, a viúva voltou ao Ibirapuera para malhar, roupa colada no corpo, forte, saudável, linda, malhando a toda prova e despertando olhares de mans.

                                                                The End