Cultura

A PROMETIDA DE ZORTH 27: SERRA ASSISTE O CASAMENTO DO SÉCULO NA MATA

O evento aconteceu no salão brilhante da mata flamejante com decoração da Cantidianus da Cidade da Bahia,
Tasso Franco , da redação em Salvador | 15/04/2021 às 09:49
Zaram chega numa carruagem puxada por
Foto: Seramov
 O jornalista Tasso Franco publicou nesta quinta-feira, 15, o 27º capítulo do seu novo livro "A Prometida de Zorth - o alfa supremo" quando narra o casamento de Zorth com Zaram, a festa do século na Serra. Veja abaixo e os demais capítulos no Wattpad.

                                                      CAPÍTULO 27

                                       ZORTH E ZARAM REALIZAM O CASAMENTO DO SÉCULO NA SERRA

  
   Foi considerado pelos blogs e influenciadoras digitais como o casamento do ano, quiçá do século. Veio gente de várias partes do mundo. Do Líbano, parentes e aderentes de Zaram; do Egito e da Hungria, descendentes Zorth, ancestrais de mil anos.

   Bonitões de São Paulo, do Rio, da região, os Lapões da alcateia do Quijingue; os Colberzões, da alcateia de Feira de Santana; os Pinhões, do Araci; os Britões, de Pombal; os Penedões, de Tucano; os Araujões de Valente; autoridades locais, a viúva ruiva, as irmãs Kaline e  Kalila, a turma da elite da alcateia, senhoritas escolhidas a dedo para disputar o buquê da noiva, um conjunto de piano, violinos e violas para executar peças de Franz Schubert e Piotr Tchaikovsky, um requinte.

   O evento aconteceu no salão brilhante da mata flamejante com decoração da Cantidianus da Cidade da Bahia, jarros com orquídeas ornamentando as mesas e o corredor onde passariam os noivos, ipês rosas, vasos com antúrios, os mans trajando smoking e as madames longos, o que de melhor possuíam.

O pai do noivo, original supremo Lubi da Serrinha impecável, chiquérrimo, num preto faiscante inglês;  a senhora Ester Loura, sua digníssima esposa, num rosa Armani com decote para sobressair o colar de esmeraldas; o descente de libanês Zain Rafiq, pai da noiva, em igual elegância, a senhora Jamile Hana, como o nome diz um dom da graça de Deus, com um Stefano Gabana último modelo importado de Milão. Algo, realmente, de uma beleza must.

   Quando a lua chegou no ponto certo apagou-se a iluminação ambiente, a cúpula do salão foi aberta. Um show de tecnologia. A deusa mãe deu sinal para começar a cerimônia.

  Trombetas soaram. Os convidados se levantaram. A nariz de árabe Kaline estava com um loubatin tão alto que se amparou na irmã para ficar de pé. Suas sobrancelhas eram atraentes e bem delineadas, uma beleza de woman. Fazia parte do grupo de padrinhos e madrinhas que já havia desfilado e se encontravam próximo ao local do sim.

   Primeiro chegou o noivo. Pilotava uma Harley-Davidson CVO Limited laqueada, metálica, o que também representava a liberdade. Apontou à distância e fez soar o motor da bichona. Ronco de trovão. No palco Zarmandinho com seu pau elétrico e Badá na percussão executavam o bolero de Ravel. Quando os tambores de Badá e o som eletrizante de Zarmandinho faziam o refrão da música tam-ram-ram-ram, Zorth acompanhava com o ronco da Harley. Uma beleza de sintonia. Arrepiante.

À medida que ia se aproximando e trilhando pelo corredor até um altar onde encontravam seus pais e seus sogros podia ver sua beleza e elegância. Guapo demais, disse uma donzela. As meninas se cutucavam. A viúva ruiva sonhava com aquilo na cama.

  Theo integrava o grupo dos padrinhos. Anna estava mais afastada. Da turma das Trenks só se anotou a Zeuk. A Fé, da Escola Aríate, chiquérima.

   Quando a moto parou uma pessoa do cerimonial o ajudou a saltar e leva-la consigo. Zorth foi recebido pelos pais e pelo sogro com abraços e beijos.

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   Em seguida as trombetas anunciaram a chegada da noiva. O conjunto de violinos executava Franz Schubert a sinfonia em dó maior da Ópera Rosamunda.

  Um contraste entre o antigo e moderno. Zaram chegou numa carruagem estilo vitoriana parecida com a usada pela princesa de Cambridge puxada por dois lobos imensos, pelagem ouro, olhos cor de mel, faiscantes, em passos militar prussianos.

   A noiva vestia um modelo branco, cor da neve, capuz à moda Beirute, assinado por Georges Hobeika, libanês sensação do Palácio de Versailles, simplesmente encantadora.

   Um man trajando smoking com luvas brancas deu-lhe a ponta da mão para descer da carruagem. Saltou protegida pela promoter Sansiorai do cerimonial Folhas de Prata.

   Estava simplesmente encantadora. Ouviu-se vários ual...ual quando ela subiu ao altar.

   Todos de pé se perfilaram diante da mãe lua e pediram suas bençãos para efetuar o casamento. O conjunto de piano e violinos já executava uma peça romântica de Piotr Tchaikovsky.

   A lua concedeu licença para a cerimônia.

   Um sacerdote apareceu ao fundo de uma cortina com trajes medievais, parecia um monge do Tibet. Desejou ao casal amor eterno, lembrou da ancestralidade de ambos, da importância de manter aquela tradição de mil anos.

  As trombetas soaram de novo. Na trilha por onde chegou a carruagem da noiva e a moto do noivo surge à pequena distância uma mãe loba imensa, elegante, distinta, linhagem azul, nobre, à sua frente dois lobos menores, seus filhos, cada um conduzindo uma caixa no lombo amarrada pela cintura onde estavam as alianças dos noivos.

   Ao chegarem perto do altar um casal de jovens retirou as alianças das caixas e levou-as numa bandeja de ouro para o mestre.

   Eles erguerem os olhares para a lua, colocaram as alianças nos dedos e se beijaram.

   O mestre declarou que em nome da mãe lua, soberana, poderosa, eterna, eram marido e mulher.

   Uma alegria imensa tomou conta do salão. O conjunto de violinos deu o tom final com trecho da ópera da Bela Adormecida de Tchaikovsky.

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   A noiva sinalizou para as donzelinhas que quisessem pegar o boquê se aproximassem. Correram para lá Sol, Duzinha, Jorda, Analu, Tininha, Keta, Gabi, Luluba, Bibi, Zuara, e a felizarda foi a gótica Sol. Ralou o joelho na disputa, mas tudo bem.

  Os noivos ficaram no salão por tempo de abraços, fotos, filmagens e alguns passos de rock, zumba, e músicas de Nariman Mansour, do Libano, executados pela banda The Bombs.

   Rolou muita champagne, amassos e até promessas de novos casamentos entre os solteiros e solteironas.

   Nariz de Arabe não conseguiu nada. Tentou. Exibiu-se mostrando os seios. A Duzinha dançou que dançou. A Sol que já vinha treinando em casa passos de rock, abalou. Theo mostrou toda sua beleza e performance. Foi paqueradíssimo. A Jorda, lindona, arrumou dois paqueras. A Bibi, danadinha, beijou que só.

   Anna também foi para a pista, mas estava preocupada com Júlia. O que sua amiga pensava daquele momento?

   Arquitetava: Já que ele se casou ela (Júlia) agora tá livre. Vou dar em cima, imaginava.

   O Lubi da Serrinha e dona Ester Loura mostraram que apesar da idade, mais de mil anos, eram bons em danças da época da rainha Vitória, mas, também bons de zumba e de rock.

   Todo esse charme estou contando para vocês porque retirei as informações dos blogs da Zul, do Cult e outros. Tudo verídico, tudo real.

   Os noivos foram para o Mississipi. Queriam algo diferente do tradicional, de Paris, de Londres, e viajaram para Chicago, Jackson, San Loius, Mineapolis e Memphis.

   Foi o que li nos blogs e transmito a vocês. Gente rica é outra coisa, sempre digo.
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*** E agora, a jovem Júlia tontinuará apaicxonada por Zorth ou vai arranjar um novo amo?