472 ANOS DE SALVADOR: O TERREIRO DE JESUS E O PELOURINHO
Ainda sobre os 472 anos de fundação da cidade do Salvador falamos do Terreiro de Jesus e do Pelourinho. A praça Terreiro de Jesus, juntamente com as praça da Sé e Municipal, são o núcleo central da cidade de Salvador, erguida por Thomé de Souza, a partir de maio de 1549.
Em 1553, os jesuítas solicitaram ao governador fundar um colégio fora da porta norte da cidade para alfabetização das crianças e dos adultos que viviam no território, os tupinambás. E também aos filhos de portugueses que aqui nasceriam. Eles fundaram o colégio que funcionou até 1763, no governo de Dom José I, quando o Marques de Pombal expulsou os jesuítas do Brasil.
O Terreiro de Jesus era uma área de pastagem, um área rural. Os padres do colégio utilizavam o local para descansar, meditar, curtir, área de lazer. Surge, assim o nome terreiro dos jesuítas e se traqnsformou, oficialmente, em praça Terreiro de Jesus, dos jesuítas.
Nessa praça há quatro das mais importantes igrejas católicas da cidade: a Catedral Basílica da Sé, construída no século 17; a Igreja de São Pedro dos Clérigos; a igreja de São Domingos; e a igreja de São Francisco.
Na catedral estão sepultados todos os cardeais que serviram na Sé Primacial (após proclamação da República) a exceção do cardeal Eugênio Sales, do Rio de Janeiro, que foi sepultado lá. É um dos templos jesuítas mais ricos do Brasil. Em prataria, em cultura e obras de arte.
Na igreja de Santo Domingos, que é um santo muito cultuado na América espanhola, o major Cosme de Farias, que foi o mais importante rábula e vereador da cidade durante muito tempo, atendeu a população pobre como rábula (advogado sem diploma).
Ao fundo da praça, numa extensão, está a igreja de São Francisco. E, ao lado, a Ordem Terceira de São Francisco. Aquela igreja, é um templo muito rico, toda folheada a ouro. Os altares e toda parte visual da igreja. E tem no seu claustro uma azulejaria da história de Portugal. Quando aconteceu o terremoto em Portugal, no século 18, os portugueses então vieram aqui e copiaram para recuperar a cidade de Lisboa.
No Terreiro situa-se o prédio da antiga Escola de Medicina da Bahia, primeira escola de Medicina Superior do Brasil fundada por Dom João VI na sua passagem por Salvador. Dom João VI foi expulso de Portugal pelas tropas de Napoleão Bonaparte e instalou a Corte no no Rio de Janeiro.
Lembrando a vocês que a cidade de Salvador foi capital do Brasil, da Colônia, entre 1549 em 1763. Os jesuítas ficaram aqui na primeira fase de 1549 a 1759, quando foram expulsos e depois retornaram. Hoje a cidade tem um colégio que já fez 100 anos que é o Colégio Antônio Vieira.
Do Terreiro chega-se ao Pelourinho. A praça principal do local chama-se José de Alencar. Um absurdo porque José de Alencar foi um escravocrata, no início do Império, defendia a escravidão. E esta área é considerada como de resistência dos negros na Bahia. Então a Câmara de Vereadores deveria mudar esse nome oficial e colocar Praça Largo do Pelourinho.
No largo, há o prédio da Fundação Casa de Jorge Amado que tem todo um acervo da vida de Jorge Amado. Livros, gravuras , etc, e uma loja onde se pode comprar livros de Jorge Amado, lembranças, miniaturas, esculturas, e também da mulher dele, a Zélia Gatai, que foi escritora.
Ao lado da Casa de Jorge Amado está o Museu da Cidade. Museu de indumentárias das baianas. É um museu muito interessante e pertence ao município.
Ao lado da Casa de Jorge Amado ficava o pelourinho. O pelourinho era uma haste, totem, poste de madeira ou de alvenaria que tinha argolas, onde os negros eram acoitados. Daí o nome Pelourinho. Não foram somente os negros torturados neste local. Os portugueses que eram fora-da-lei e outros estrangeiros que viviam na Bahia também fora da lei cairam no chicote.
Mas os negros eram quem mais sofriam, quem mais apanhavam porque na época da Colônia era da escravidão. E eles praticamente não tinham direito nenhum. Então, por qualquer bobagem, arenga, denúncia vazia, eram levados para o Pelourinho, açoitados.
Ao lado direito do prédio do Museu da Cidade tem uma rua que se chama Maciel, Maciel de Baixo, e existem vários museus. O Museu Abelardo Rodrigues que tem o maior acervo de peças barrocas do estado, o Museu Tempostal e tem a sede do Afoxé Filhos de Gandi, que é o Afoxé mais antigo aqui da cidade, de 1949. Também se localiza a sede do Olodum, a Casa do Olodum. O Olodum fez agora no último Carnaval 40 anos de existência. E tem ali então a Casa do Olodum. Um lugar bastante visitado.
Além de ter naquela rua ali vários restaurantes, tem bares, tem loja de suvenir, tem outros locais de serviços, de vendas de quadros, de peças, de chapéu, etc… da cidade do Salvador.
A direita da praça fica o prédio onde Michael Jackson, em 1996, cantou a música “They Don’t Care About Us” com o Olodum e um grupo de crianças. A cidade deve uma homenagem maior a este artista que projetou o Pelourinho, que fez uma divulgação internacional desse local.
Descendo um pouco mais chega-se a sede do Sesc Senac. Aí tem um teatro, uma escola de gastronomia, um restaurante muito interessante. Você visitando espaço conhecerá a antiga muralha da cidade de proteção da cidade. Que ia sair lá nas proximidades do Porto de Salvador.
Mais abaixo está a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. É uma ordem religiosa constituída por negros e negras. Que na época da colônia os negros se protegiam na Igreja Católica. E daí que surgiu o sincretismo religioso entre a Igreja Católica e o Povo de Santo. E aqui na Bahia Oxossi é São Jorge, Santa Bárbara é Iansã, São Gerônimo é São Lázaro. Nesse largo no dia 4 de dezembro tem uma festa religiosa chamada Festa para Santa Bárbara.
À direita temos um corredor de lojas que saindo lá de baixo até na chegada do Terreiro de Jesus, esse caminho, essa ladeira se chama Ladeira do Pelourinho, que foi abreviado para Ladeira do Pelô. De lá de baixo para cima da mais ou menos uns 700m.
Vamos as 5 dicas da mão espiritual do Seramov, as 5 flechas douradas:
1. Esses são dois pontos obrigatórios para quem visita a cidade do Salvador, por sua importância histórica, por sua beleza arquitetônica, por ser o núcleo central da primeira capital do país.
2. Recomendo, ao menos, a visita interior a Catedral Basílica da Sé, a Igreja de São Francisco e a Ordem Terceira de São Francisco. Importante conhecer o claustro e a azulejaria.
3. Para saborear a comida tipica da Bahia recomendo o restaurante do SESC SENAC que tem todos os produtos da culinária indi-afro-baiana, desde os acarajés aos xinxins.
4. Conhecer a igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos (parte interna) é bem interessante. É preciso ter um guia.
5. Passe na Casa do Olodum e na rua do Maciel para comprar souvenirs da sua visita.
